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IRAQUE OCUPADO
EUA divulgam proposta que visa obter colaboração financeira e militar para a reconstrução iraquiana
Nova resolução não amplia poder da ONU
DA REDAÇÃO
Após semanas de negociações,
os EUA divulgaram ontem, dia
em que assumiram a presidência
do Conselho de Segurança da
ONU, sua nova proposta de resolução sobre o Iraque.
Mas o documento, que o Departamento de Estado afirma incorporar sugestões ouvidas em consultas a outros países, deixa em
aberto os dois principais pontos
de discussão: a definição de um
cronograma para o fim da ocupação americana e a ampliação do
papel da ONU em questões civis.
No que toca o organismo internacional, a resolução propõe que
a força militar americana no Iraque seja transformada em uma
força multinacional com a chancela da ONU, mas ainda sob o comando dos EUA. Países aos quais
Washington pediu colaboração
militar e financeira para a reconstrução iraquiana condicionaram
sua contribuição ao fortalecimento do papel da ONU no processo
-em boa parte dos casos, no entanto, o papel referido dizia respeito à administração civil do
país, hoje encabeçada pelos EUA.
A proposta diz ainda que caberá
a essas forças assegurar as condições necessárias para a adoção de
uma Constituição e para a promoção de eleições, além da proteção das instalações do Conselho
de Governo Iraquiano e da ONU.
Desde agosto, o organismo, alvo
de dois atentados que somaram
24 mortos, cortou de 650 para 30
seus funcionários no país.
Sobre o fim da ocupação americana, o texto enfatiza seu caráter
"temporário", mas se abstém de
traçar cronogramas, afirmando
apenas que "o dia em que os iraquianos governarão a si mesmos
precisa chegar logo".
Segundo diplomatas, os EUA
ainda estão trabalhando em um
anexo ao documento.
A proposta foi comunicada ontem pelo secretário de Estado
americano, Colin Powell, aos quatro demais membros permanentes do Conselho de Segurança
-China, França, Reino Unido e
Rússia-, que têm direito a veto.
Os dez membros não-permanentes receberão o documento hoje.
"Escutamos atenciosamente o
que nos foi dito nas últimas semanas e incorporamos várias idéias e
sugestões", disse o porta-voz do
Departamento de Estado, Richard Boucher.
Com a aprovação do texto, os
EUA esperam obter ajuda para
reduzir seu contingente no país
-hoje em 130 mil soldados- e
dinheiro para a reconstrução.
Nos próximos dias 23 e 24, será
realizada em Madri uma conferência com potenciais doadores
para o Iraque. O objetivo é obter
US$ 35 bilhões, mas especialistas
acreditam que a soma não venha
a chegar a US$ 20 bilhões.
Soldados mortos
Um dos catalisadores da nova
proposta de resolução americana
é o crescente número de baixas
sofridas pelas forças do país no
Iraque. Ontem, dois soldados foram mortos, elevando para 174 as
baixas dos EUA no pós-guerra.
Uma recruta morreu em um
ataque a bomba contra uma caravana americana em Tikrit (noroeste). Em Bagdá, um soldado
morreu ao ser atacado a tiros
quando fazia uma patrulha.
Com agências internacionais
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