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AMÉRICA LATINA
Greve geral continua
Tensão e protestos aumentam na Bolívia
DA REDAÇÃO
A agitação social das últimas semanas na Bolívia acirrou ontem
com um chamado de grupos civis
e empresariais para "reinaugurar" o país e uma exortação de líderes sindicais para apoiar mais
energicamente a greve geral iniciada há quatro dias contra a exportação de gás natural.
Lideranças da Central Trabalhadora Boliviana (CTB) e de sindicatos camponeses ameaçaram
"convulsionar" o país e voltaram
a exigir a renúncia do presidente
Gonzalo Sánchez de Lozada.
Jaime Solares, líder da CTB, pediu que suas bases "se armem
com paus e pedras para resistir às
balas assassinas de Goni (apelido
de Sánchez de Lozada)" e que todos os setores sociais apóiem as
mobilizações promovidas pela
central sindical.
O líder camponês Felipe Quispe
ameaçou ontem criar uma zona
autônoma na região dos Andes
bolivianos . O país é um dos mais
pobres da América Latina.
Em meio à escalada das tensões,
cerca de 30 instituições civis e empresariais encabeçadas pela poderosa Câmara Agropecuária do
Oriente (CAO), da cidade de Santa Cruz, conclamaram o país a
"reinaugurar uma nova Bolívia".
Crise
Nas últimas semanas, houve diversos protestos nas cidades andinas de Cochabamba e Oruro, com
manifestações de rua e bloqueios
de rodovias.
Os protestos chegaram à capital, La Paz, cuja população sofre
com a falta de carne devido a um
greve de açougueiros, também
em oposição à exportação de gás
para o Chile.
Estudantes universitários voltaram a se enfrentar no centro da
capital, com um saldo inicial de
dez feridos e quatro presos.
A oposição afirma que os planos do governo de exportar combustível para o Chile beneficiará
empresas petrolíferas estrangeiras e só deixaria 18% dos rendimentos ao poder público.
Com agências internacionais
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