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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003

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AMÉRICA LATINA

Greve geral continua

Tensão e protestos aumentam na Bolívia

DA REDAÇÃO

A agitação social das últimas semanas na Bolívia acirrou ontem com um chamado de grupos civis e empresariais para "reinaugurar" o país e uma exortação de líderes sindicais para apoiar mais energicamente a greve geral iniciada há quatro dias contra a exportação de gás natural.
Lideranças da Central Trabalhadora Boliviana (CTB) e de sindicatos camponeses ameaçaram "convulsionar" o país e voltaram a exigir a renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada.
Jaime Solares, líder da CTB, pediu que suas bases "se armem com paus e pedras para resistir às balas assassinas de Goni (apelido de Sánchez de Lozada)" e que todos os setores sociais apóiem as mobilizações promovidas pela central sindical.
O líder camponês Felipe Quispe ameaçou ontem criar uma zona autônoma na região dos Andes bolivianos . O país é um dos mais pobres da América Latina.
Em meio à escalada das tensões, cerca de 30 instituições civis e empresariais encabeçadas pela poderosa Câmara Agropecuária do Oriente (CAO), da cidade de Santa Cruz, conclamaram o país a "reinaugurar uma nova Bolívia".

Crise
Nas últimas semanas, houve diversos protestos nas cidades andinas de Cochabamba e Oruro, com manifestações de rua e bloqueios de rodovias.
Os protestos chegaram à capital, La Paz, cuja população sofre com a falta de carne devido a um greve de açougueiros, também em oposição à exportação de gás para o Chile.
Estudantes universitários voltaram a se enfrentar no centro da capital, com um saldo inicial de dez feridos e quatro presos.
A oposição afirma que os planos do governo de exportar combustível para o Chile beneficiará empresas petrolíferas estrangeiras e só deixaria 18% dos rendimentos ao poder público.


Com agências internacionais


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