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Odebrecht confirma acordo, mas Quito ainda retém funcionários
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Quatro dias depois do presidente Rafael Correa, a construtora Odebrecht confirmou ontem que chegou a um acordo
com o governo equatoriano em
torno dos problemas na hidrelétrica de San Francisco, paralisada desde junho. Mesmo assim, Quito não revogou o decreto que mantém os bens da
empresa arrestados e sob vigilância militar.
Em nota à imprensa, a empresa confirma que "aceitou os
termos exigidos pelo governo
equatoriano". Os pontos incluem um depósito de garantia
de US$ 43,8 milhões vinculado
à contratação de uma auditoria
internacional para apurar responsabilidades e o pagamento
das obras de reparação.
No sábado, Correa anunciou
que a Odebrecht havia aceitado
as condições do governo -chegou a mostrar o documento supostamente assinado pela empresa em seu programa de TV,
mas a informação foi desmentida pela empreiteira. Questionada, a assessoria de imprensa
da Odebrecht não soube informar ontem quando a empresa
decidiu aceitar as exigências.
O anúncio da Odebrecht
ocorre um dia depois do encontro entre Correa e o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em
Manaus. Havia, no governo
brasileiro, a expectativa de que
o impasse fosse resolvido no
encontro, mas Correa não mudou o discurso de que se trata
de problema entre o Equador e
uma empresa privada.
Agora, a expectativa é de que
Quito revogue as medidas contra a Odebrecht no sábado,
quando a empresa prevê a reativação da usina de San Francisco, a segunda maior do país,
responsável por 12% da produção elétrica nacional.
Promulgado há nove dias, o
decreto "de emergência nacional" que retirou os direitos
constitucionais de quatro funcionários brasileiros e suspendeu os demais quatro contratos
da empresa no país tinha como
justificativa evitar "apagões internos". Com a volta da produção, cessa a suposta ameaça de
desabastecimento.
Desde o decreto, dois funcionários da Odebrecht que tiveram os direitos constitucionais
cassados estão abrigados na residência oficial do embaixador
do Brasil em Quito. Os outros
dois já haviam deixado o país.
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