São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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Odebrecht confirma acordo, mas Quito ainda retém funcionários

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Quatro dias depois do presidente Rafael Correa, a construtora Odebrecht confirmou ontem que chegou a um acordo com o governo equatoriano em torno dos problemas na hidrelétrica de San Francisco, paralisada desde junho. Mesmo assim, Quito não revogou o decreto que mantém os bens da empresa arrestados e sob vigilância militar.
Em nota à imprensa, a empresa confirma que "aceitou os termos exigidos pelo governo equatoriano". Os pontos incluem um depósito de garantia de US$ 43,8 milhões vinculado à contratação de uma auditoria internacional para apurar responsabilidades e o pagamento das obras de reparação.
No sábado, Correa anunciou que a Odebrecht havia aceitado as condições do governo -chegou a mostrar o documento supostamente assinado pela empresa em seu programa de TV, mas a informação foi desmentida pela empreiteira. Questionada, a assessoria de imprensa da Odebrecht não soube informar ontem quando a empresa decidiu aceitar as exigências.
O anúncio da Odebrecht ocorre um dia depois do encontro entre Correa e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Manaus. Havia, no governo brasileiro, a expectativa de que o impasse fosse resolvido no encontro, mas Correa não mudou o discurso de que se trata de problema entre o Equador e uma empresa privada.
Agora, a expectativa é de que Quito revogue as medidas contra a Odebrecht no sábado, quando a empresa prevê a reativação da usina de San Francisco, a segunda maior do país, responsável por 12% da produção elétrica nacional.
Promulgado há nove dias, o decreto "de emergência nacional" que retirou os direitos constitucionais de quatro funcionários brasileiros e suspendeu os demais quatro contratos da empresa no país tinha como justificativa evitar "apagões internos". Com a volta da produção, cessa a suposta ameaça de desabastecimento.
Desde o decreto, dois funcionários da Odebrecht que tiveram os direitos constitucionais cassados estão abrigados na residência oficial do embaixador do Brasil em Quito. Os outros dois já haviam deixado o país.


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