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Arafat passa
por nova bateria
de exames
JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, está sendo submetido a uma segunda bateria de
exames destinada a identificar
a existência de uma possível infecção viral.
Ele está internado desde sexta-feira num hospital militar
num subúrbio parisiense, e os
primeiros exames tinham como foco de possível diagnóstico a leucemia. A informação foi
dada ontem por dirigentes palestinos em Ramallah. Por sua
vez, a representante da ANP na
França, Leila Shahid, disse ontem que Arafat "demonstra estar cada dia melhor" desde que
desembarcou.
Versões otimistas sobre a
saúde do dirigente são de interesse dos palestinos. Os médicos franceses ainda não se pronunciaram e deverão fazê-lo só
amanhã, por meio de um primeiro boletim.
O governo francês se mantém discreto. Altos funcionários do Ministério das Relações
Exteriores não têm freqüentado os corredores do Hospital
Percy, no município de Clamart, local da internação, e
tampouco providenciaram
carros oficiais e com escolta para as 18 pessoas que acompanham Arafat.
O presidente Jacques Chirac
telefonou ontem para o dirigente palestino para perguntar
sobre sua saúde. Conversaram
por alguns minutos. A notícia
não foi dada pelo porta-voz do
Elysée, sede da Presidência
francesa, mas sim pela representante da ANP na França.
Oficialmente os exames e o
tratamento de Arafat são para
os franceses um assunto humanitário, não um gesto político.
Leila Shahid, em entrevista à
rádio pública France Inter, disse que Arafat voltou a se mostrar apetente e ontem pediu
que lhe antecipassem uma refeição. Afirmou que a tese de
leucemia "foi descartada pelos
médicos" e que a hipótese de
intoxicação por envenenamento, conforme circulou na mídia
americana, "não passa de uma
versão irresponsável".
Ela por fim disse que o premiê israelense, Ariel Sharon,
não tem motivos para se preocupar com o local do sepultamento de Arafat, pois ele, "não
corre risco de morrer".
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