São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

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Arafat passa por nova bateria de exames

JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, está sendo submetido a uma segunda bateria de exames destinada a identificar a existência de uma possível infecção viral.
Ele está internado desde sexta-feira num hospital militar num subúrbio parisiense, e os primeiros exames tinham como foco de possível diagnóstico a leucemia. A informação foi dada ontem por dirigentes palestinos em Ramallah. Por sua vez, a representante da ANP na França, Leila Shahid, disse ontem que Arafat "demonstra estar cada dia melhor" desde que desembarcou.
Versões otimistas sobre a saúde do dirigente são de interesse dos palestinos. Os médicos franceses ainda não se pronunciaram e deverão fazê-lo só amanhã, por meio de um primeiro boletim.
O governo francês se mantém discreto. Altos funcionários do Ministério das Relações Exteriores não têm freqüentado os corredores do Hospital Percy, no município de Clamart, local da internação, e tampouco providenciaram carros oficiais e com escolta para as 18 pessoas que acompanham Arafat.
O presidente Jacques Chirac telefonou ontem para o dirigente palestino para perguntar sobre sua saúde. Conversaram por alguns minutos. A notícia não foi dada pelo porta-voz do Elysée, sede da Presidência francesa, mas sim pela representante da ANP na França.
Oficialmente os exames e o tratamento de Arafat são para os franceses um assunto humanitário, não um gesto político.
Leila Shahid, em entrevista à rádio pública France Inter, disse que Arafat voltou a se mostrar apetente e ontem pediu que lhe antecipassem uma refeição. Afirmou que a tese de leucemia "foi descartada pelos médicos" e que a hipótese de intoxicação por envenenamento, conforme circulou na mídia americana, "não passa de uma versão irresponsável".
Ela por fim disse que o premiê israelense, Ariel Sharon, não tem motivos para se preocupar com o local do sepultamento de Arafat, pois ele, "não corre risco de morrer".


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