São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Ação, reivindicada pela FPLP, foi cometida por adolescente; forças de Israel matam quatro na Cisjordânia

Atentado suicida mata três em Tel Aviv

DA REDAÇÃO

Um terrorista suicida palestino de apenas 16 anos se explodiu ontem em um mercado popular no centro de Tel Aviv, matando três israelenses e ferindo 32.
Logo após o ataque, soldados israelenses mataram um menino palestino de 12 anos, na Cisjordânia. Ele estava atirando pedras contra uma patrulha israelense. Em Nablus (Cisjordânia), três militantes foram mortos por Israel. As ações aparentemente não têm relação com o ataque em Tel Aviv.
O grupo terrorista palestino de cunho nacionalista Frente Popular para Libertação da Palestina (FPLP) reivindicou o ataque.
Iasser Arafat, em Paris, onde está sendo tratado de uma doença misteriosa, condenou o atentado e a "morte de civis nos dois lados", segundo informou o seu porta-voz Nabil Abu Rudeineh.
O premiê palestino, Ahmed Korei, também criticou o atentado: "Não acreditamos que esse tipo de ação sirva para a causa nacional [dos palestinos] e pedimos a todos que parem de alvejar civis".
Ariel Sharon, premiê de Israel, deu declarações duras sobre o atentado e não poupou a os novos líderes palestinos -que estão no comando de forma interina e não-oficial, pois ainda há a possibilidade de Arafat se curar.
"O Estado de Israel não vai parar a sua guerra contra o terrorismo que opera contra a gente. O ataque terrorista de hoje [ontem] provou que não ocorreram mudanças na Autoridade Nacional Palestina [ANP]. Até eles [os palestinos] tomarem medidas substanciais para erradicar o terrorismo e desmantelar as organizações terroristas, Israel continuará com a sua política", afirmou o premiê.
O atentado de ontem foi cometido pelo adolescente Amar al Far, 16, do campo de refugiados de Askar, perto de Nablus (Cisjordânia). Ele entrou em Israel por uma passagem entre o subúrbio árabe de Abu Dis e Jerusalém.
O plano inicial dele, segundo fontes da inteligência israelense, era realizar o ataque em Jerusalém. Porém, como a segurança na cidade está reforçada, ele decidiu ir até Tel Aviv.
Sua mãe ficou revoltada com o uso do filho pela FPLP para o atentado. "É imoral enviar alguém tão jovem. Eles [a FPLP] deveriam enviar um adulto que tem conhecimento de seus atos, disse Samira Abdullah, 45, mãe de Al Far. O pai, Abdel Rahim, 53, disse que o filho acordou cedo ontem e pediu dois shekels (moeda israelense) antes de sair. "Dois shekels são uma quantidade de que um menino, não um homem, precisa", afirmou. "Meu filho me beijou no rosto e na mão e foi embora, e eu voltei a dormir."


Com agências internacionais


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