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ORIENTE MÉDIO
Ação, reivindicada pela FPLP, foi cometida por adolescente; forças de Israel matam quatro na Cisjordânia
Atentado suicida mata três em Tel Aviv
DA REDAÇÃO
Um terrorista suicida palestino
de apenas 16 anos se explodiu ontem em um mercado popular no
centro de Tel Aviv, matando três
israelenses e ferindo 32.
Logo após o ataque, soldados israelenses mataram um menino
palestino de 12 anos, na Cisjordânia. Ele estava atirando pedras
contra uma patrulha israelense.
Em Nablus (Cisjordânia), três militantes foram mortos por Israel.
As ações aparentemente não têm
relação com o ataque em Tel Aviv.
O grupo terrorista palestino de
cunho nacionalista Frente Popular para Libertação da Palestina
(FPLP) reivindicou o ataque.
Iasser Arafat, em Paris, onde está sendo tratado de uma doença
misteriosa, condenou o atentado
e a "morte de civis nos dois lados", segundo informou o seu
porta-voz Nabil Abu Rudeineh.
O premiê palestino, Ahmed Korei, também criticou o atentado:
"Não acreditamos que esse tipo
de ação sirva para a causa nacional [dos palestinos] e pedimos a
todos que parem de alvejar civis".
Ariel Sharon, premiê de Israel,
deu declarações duras sobre o
atentado e não poupou a os novos
líderes palestinos -que estão no
comando de forma interina e
não-oficial, pois ainda há a possibilidade de Arafat se curar.
"O Estado de Israel não vai parar a sua guerra contra o terrorismo que opera contra a gente. O
ataque terrorista de hoje [ontem]
provou que não ocorreram mudanças na Autoridade Nacional
Palestina [ANP]. Até eles [os palestinos] tomarem medidas substanciais para erradicar o terrorismo e desmantelar as organizações
terroristas, Israel continuará com
a sua política", afirmou o premiê.
O atentado de ontem foi cometido pelo adolescente Amar al Far,
16, do campo de refugiados de Askar, perto de Nablus (Cisjordânia). Ele entrou em Israel por uma
passagem entre o subúrbio árabe
de Abu Dis e Jerusalém.
O plano inicial dele, segundo
fontes da inteligência israelense,
era realizar o ataque em Jerusalém. Porém, como a segurança na
cidade está reforçada, ele decidiu
ir até Tel Aviv.
Sua mãe ficou revoltada com o
uso do filho pela FPLP para o
atentado. "É imoral enviar alguém tão jovem. Eles [a FPLP] deveriam enviar um adulto que tem
conhecimento de seus atos, disse
Samira Abdullah, 45, mãe de Al
Far. O pai, Abdel Rahim, 53, disse
que o filho acordou cedo ontem e
pediu dois shekels (moeda israelense) antes de sair. "Dois shekels
são uma quantidade de que um
menino, não um homem, precisa", afirmou. "Meu filho me beijou no rosto e na mão e foi embora, e eu voltei a dormir."
Com agências internacionais
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