São Paulo, quarta-feira, 02 de novembro de 2005

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EUROPA

Proposta do ministro do Interior de endurecer contra manifestantes é criticada até dentro do governo

Paris tem 6ª noite seguida de distúrbio social

DA REDAÇÃO

Na sexta noite seguida de protestos e distúrbios em subúrbios na região norte de Paris, a polícia enfrentou na madrugada de hoje, com balas de borracha e gás lacrimogêneo, jovens que atearam fogos em carros em Aulnay-sous-Bois. De acordo com a polícia, 15 carros foram incendiados e coquetéis Molotov foram atirados a um prédio da administração municipal. Em Bondy, também na região norte de Paris, quatro pessoas foram presas.
A polícia informou que, entre a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem, na quinta noite de confrontos, 19 pessoas foram detidas na região de Clichy-sous-Bois e em outros três subúrbios vizinhos. Três policiais ficaram levemente feridos.
"Esses atos têm relação direta com os eventos em Clichy-sous-Bois", disse o prefeito de Sevran, Stephane Gatignon.
Os problemas começaram na quinta-feira à noite em Clichy-sous-Bois, no nordeste de Paris, quando dois adolescentes morreram eletrocutados acidentalmente dentro de uma subestação de energia. Eles haviam se escondido ali porque pensavam que a polícia os estava perseguindo.
Os subúrbios que circundam as grandes cidades francesas registram altas taxas de desemprego e abrigam várias comunidades de imigrantes, a maioria composta por muçulmanos do norte da África.
O ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, pediu anteontem um aumento permanente do número de policiais e o emprego de agentes infiltrados para identificar os manifestantes nas regiões problemáticas. Mas o pedido de endurecimento gerou duras críticas mesmo de dentro do governo.
Em declarações anteriores, Sarkozy havia classificado os manifestantes dos subúrbios de "escória" e prometido "limpar" essas regiões.
Em incidentes aparentemente sem relação com os distúrbios de Paris, jovens incendiaram um prédio abandonado em Sedan, no nordeste do país, em protesto contra a prisão de um colega, acusado de tráfico de drogas.


Com agências internacionais

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