|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Cristina diz que vive momento doloroso, mas não o mais difícil
Líder argentina fez primeiro discurso após a morte do marido
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
A presidente argentina,
Cristina Kirchner, fez ontem
à noite seu primeiro discurso
público depois da morte do
marido e ex-presidente, Néstor Kirchner, vítima de um infarto na última quarta-feira.
Em um comunicado de
cinco minutos, transmitido
em cadeia nacional, Cristina
agradeceu a todos que manifestaram "apoio e carinho"
no velório e no enterro de
Kirchner. Em ao menos dois
momentos, pareceu esforçar-se para não chorar.
Cristina disse que está vivendo o momento mais "doloroso" de sua vida. No entanto, não se trata do momento de maior "dificuldade" em seu governo, segundo ela.
"A dor é diferente das dificuldades e das adversidades.
Eu tive, na minha vida política e no meu governo, muitas
dificuldades, mas a dor é outra coisa. Perdi o meu companheiro de vida, de luta e de
ideais. Parte de mim se foi
com ele."
A presidente afirmou que
tem responsabilidade ainda
maior do que já tinha, porque
precisa "honrar a memória e
o governo" de Kirchner, que
"transformou o país".
Ela retomou ontem as atividades em Buenos Aires depois de cinco dias de luto. No
fim de semana, a presidente
permaneceu com os filhos na
Província de Santa Cruz, no
extremo sul, onde o ex-presidente foi enterrado.
Ontem, Cristina recebeu
ministros e diplomatas para
atividades internas na Casa
Rosada e gravou o comunicado, que foi transmitido às
20h30 para todo o país.
AGENDA
A presidente decidiu encurtar em cinco dias a viagem que fará à Ásia, na próxima semana, para poder participar pessoalmente da transição que o governo será
obrigado a fazer.
Apesar de não ocupar nenhum cargo no Executivo,
Kirchner desempenhava funções de articulação política e
no âmbito econômico.
Ontem, o governador da
Província de Buenos Aires,
Daniel Scioli, que herdou a
presidência do Partido Justicialista após a morte de
Kirchner, reuniu prefeitos
peronistas para respaldar o
governo de Cristina e demonstrar coesão partidária.
Uma pesquisa divulgada
pelo instituto Ibarômetro indicou que a morte do ex-presidente repercutiu de forma
positiva na popularidade do
governo.
Conforme o levantamento,
que ouviu mil argentinos por
telefone, 62% dos entrevistados acredita que Cristina pode levar adiante o projeto iniciado pelo marido e 44,5%
afirmaram que votariam por
sua reeleição.
Analistas vinham afirmando ao longo do ano que o casal sofreria inevitável derrota
no pleito presidencial de outubro de 2011.
A pesquisa foi feita no dia
seguinte à morte de Kirchner.
Texto Anterior: Os números da China Próximo Texto: Ataque a igreja cristã em Bagdá deixa 58 mortos e 78 feridos Índice | Comunicar Erros
|