São Paulo, sábado, 02 de dezembro de 2006

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Protesto da oposição contra Evo fracassa

Paralisação de 24 horas ficou reduzida a 3 cidades, entre as quais Santa Cruz

Líder diz que manifestação em Santa Cruz foi um sucesso; governo e oposição podem se reunir amanhã para discutir Constituinte

DA REDAÇÃO

A paralisação de 24 horas convocada para ontem por opositores às reformas do presidente boliviano, Evo Morales, ficou reduzida a três cidades -entre elas Santa Cruz, maior foco da resistência à hegemonia governista na Assembléia Constituinte. Aderiram ainda Beni (nordeste) e Tarija (sul).
O protesto convocado por organizações empresariais teve pouca adesão nos departamentos de Cochabamba e de Pando. Em La Paz, não houve nenhum registro de manifestação contra Morales.
A oposição quer que o presidente aceite que a Assembléia Constituinte, instalada na cidade de Sucre, aprove os artigos da nova Carta por dois terços, como previsto na Lei de Convocatória aprovada pelo Congresso em março -e não por maioria simples, como foi imposto pela maioria governista. A imposição da maioria simples é chamada de "golpe de Estado" pelos oposicionistas.
As principais avenidas de Santa Cruz, maior pólo econômico boliviano, amanheceram vigiadas pela organização de extrema direita União Juvenil Cruzenhista (UJC), que costuma usar uniformes de inspiração fascista. Os militantes paravam motoristas para obrigá-los a respeitar a paralisação, segundo a imprensa local.
O presidente do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, German Antelo, disse que a greve foi um "sucesso" e negou que a UJC tenha imposto a paralisação. A ministra do Governo (Interior), Alicia Muñoz, disse que foi uma greve "violenta" em Santa Cruz e "parcial" nas outras duas cidades.
Apesar do protesto, existe a possibilidade de um encontro entre governo e representantes de entidades cívicas amanhã, inclusive de Antelo. Na agenda, a revisão do sistema de votação na Constituinte e o congelamento de uma proposta do governo para destituir governadores mediante censura do Parlamento. O projeto, em tramitação, prevê que, caso a censura seja aprovada, o governador será obrigado a renunciar, e caberia ao presidente decidir se aceita ou não a renúncia.


Com agências internacionais


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