São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

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ANÁLISE WIKILEAKS

Site se distancia de princípios colaborativos

Com proposta aberta em suas origens, WikiLeaks tem hoje funcionamento mais próximo da mídia tradicional

PAULA LEITE
EDITORA-ASSISTENTE DE MERCADO

Os vazamentos de documentos secretos pela organização sem fins lucrativos WikiLeaks vêm fazendo a entidade ganhar importância no cenário internacional.
Mas o brilho cada vez maior do WikiLeaks vem sendo acompanhado de um processo pelo qual o site se afasta dos princípios "wiki" (colaborativos) como praticados pela Wikipédia e outras enciclopédias on-line abertas.
Em 2007 e 2008, o WikiLeaks dizia que seu plano era implantar uma interface similar à da Wikipédia, em que qualquer um poderia postar documentos e análises e em que qualquer um poderia editar páginas.
""Vazadores" podem postar documentos de forma anônima e que não pode ser rastreada. Usuários podem discutir publicamente os documentos e analisar sua credibilidade e veracidade", dizia o site em 2007.
Hoje, o funcionamento do WikiLeaks se aproxima mais da mídia tradicional.
No lugar de usuários comuns anônimos entram jornalistas que recebem os documentos vazados, os analisam, decidem quando publicá-los e escrevem reportagens que os acompanham, diz o WikiLeaks hoje.
"De forma diferente da Wikipédia, leitores aleatórios não podem editar documentos", diz o site hoje.
E o WikiLeaks também dá mostras de que, como um jornal, está em busca do próximo "furo": o porta-voz Julian Assange já declarou que um grande banco dos EUA será a "próxima vítima" do site.
Não há dúvida de que o site ganhou importância e credibilidade desde sua estreia, fazendo hoje suas publicações em conjunto com grandes jornais do mundo.
E o maior controle editorial talvez seja inevitável quando se trata da publicação de material tão explosivo. Assim, talvez seja mais coerente que o site abandone o prefixo "wiki", associado a um funcionamento mais aberto e colaborativo do que o WikiLeaks pratica hoje.


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