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Colecionador chinês faz oferta falsa e sabota venda de peças pilhadas da China
China Daily/Reuters
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Cai Mingchao, que sabotou o leilão de obras saqueadas
DA REDAÇÃO
O colecionador de arte chinês Cai Mingchao se identificou ontem como o comprador de duas estátuas de bronze originalmente saqueadas
na China pelos Exércitos
francês e britânico ao final da
Segunda Guerra do Ópio
(1856-60). As peças foram
vendidas na semana passada
em leilão de objetos de arte
pertencentes ao estilista Yves
Saint Laurent (1936-2008).
O objetivo da "compra", no
entanto, era sabotar o leilão.
Cai declarou que não pagará
os cerca de R$ 86 milhões oferecidos por ele pelas peças
-representando um rato e
um coelho-, em protesto
contra o saque realizado há
quase 150 anos e considerado
pelos chineses uma humilhação nacional.
As guerras do ópio foram
declaradas pela Grã-Bretanha, no século 19, para forçar
a China a comprar a droga,
trazida da Índia por comerciantes britânicos. Em 1860,
tropas daquele país e da França chegaram até o Antigo Palácio de Verão, residência do
imperador chinês -que fugira, evitando a captura. Os europeus então saquearam o local, além de atearem fogo à
construção.
"Quero ressaltar que esse
dinheiro não pode ser pago",
afirmou o colecionador.
"Qualquer chinês faria o mesmo se pudesse. Fiz apenas a
minha obrigação."
O governo chinês, por sua
vez, declarou não ter nenhuma participação na iniciativa
de Cai, embora houvesse antes protestado contra o leilão.
O viúvo de Yves Saint Laurent, Pierre Berge, havia declarado antes do evento que
devolveria as estátuas se a
China se dispusesse a permitir a volta do líder espiritual
dalai-lama ao Tibete.
"Eles [o governo chinês]
não conseguiram reaver as
peças, e por isso, creio, devem
ter pressionado um comprador individual", especulou
Berge.
Segundo ele, com o não-pagamento, as peças devem
continuar em sua residência.
"Vou mantê-las lá em casa."
Com agências internacionais
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