São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2010

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Panahi faz cinema humanista

DA REPORTAGEM LOCAL

Não fosse o cineasta Jafar Panahi, a onda iraniana que ocupou o circuito de arte brasileiro há alguns anos não teria sido a mesma. O cineasta debutou aqui com "O Balão Branco" (1995), que ganhou a Caméra d'Or em Cannes, e, exibido na Mostra Internacional de São Paulo, levou o prêmio do júri. Ao estrear no cinema, tornou-se um pequeno hit.
Ao lado de filmes como "Gabbeh" (1996), de Mohsen Makhmalbaf, e "Gosto de Cereja" (1997), de Abbas Kiarostami, "O Balão Branco" fez com que o cinema iraniano virasse quase uma mania. Panahi, a convite da Mostra, veio duas vezes ao Brasil.
Com o endurecimento do regime iraniano, as viagens foram se tornando mais difíceis. Na última edição do Festival de Berlim, no mês passado, teve de cancelar a participação em um debate porque não conseguiu o visto de saída.
O cinema de Panahi, 49, passeia por diferentes registros e estéticas, do tempo lento e contemplativo de "O Balão Branco" ao viés cômico de "Fora de Jogo", sua última produção. Nesse filme, ele mostra um grupo de meninas que, proibidas por lei de entrar num estádio de futebol, se disfarçam de meninos para conseguir ver a partida que classificaria o país para a Copa.
Visto pelo governo como uma ameaça à ordem, Panahi faz, mais do que um cinema de denúncia, um cinema humanista.


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