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Panahi faz cinema humanista
DA REPORTAGEM LOCAL
Não fosse o cineasta Jafar Panahi, a onda iraniana
que ocupou o circuito de
arte brasileiro há alguns
anos não teria sido a mesma. O cineasta debutou
aqui com "O Balão Branco" (1995), que ganhou a
Caméra d'Or em Cannes,
e, exibido na Mostra Internacional de São Paulo, levou o prêmio do júri. Ao
estrear no cinema, tornou-se um pequeno hit.
Ao lado de filmes como
"Gabbeh" (1996), de Mohsen Makhmalbaf, e "Gosto
de Cereja" (1997), de Abbas Kiarostami, "O Balão
Branco" fez com que o cinema iraniano virasse
quase uma mania. Panahi,
a convite da Mostra, veio
duas vezes ao Brasil.
Com o endurecimento
do regime iraniano, as viagens foram se tornando
mais difíceis. Na última
edição do Festival de Berlim, no mês passado, teve
de cancelar a participação
em um debate porque não
conseguiu o visto de saída.
O cinema de Panahi, 49,
passeia por diferentes registros e estéticas, do tempo lento e contemplativo
de "O Balão Branco" ao
viés cômico de "Fora de
Jogo", sua última produção. Nesse filme, ele mostra um grupo de meninas
que, proibidas por lei de
entrar num estádio de futebol, se disfarçam de meninos para conseguir ver a
partida que classificaria o
país para a Copa.
Visto pelo governo como uma ameaça à ordem,
Panahi faz, mais do que
um cinema de denúncia,
um cinema humanista.
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