São Paulo, quarta-feira, 03 de março de 2010

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Vice do Paraguai exige devolução de "troféus de guerra" do Brasil

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Em discurso comemorativo aos 140 anos do fim da Guerra do Paraguai, o vice-presidente do país, Federico Franco, afirmou que a "cicatrização do povo paraguaio" só começará depois que o Brasil devolva um suposto arquivo militar e o canhão "Cristão", hoje em exibição no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro.
"O meu país nunca vai cicatrizar a ferida da epopeia de 1865 a 1870 se o Brasil não devolver o arquivo militar que injusta e injustificadamente retém hoje, como também retém o canhão Cristão, que devem retornar ao Paraguai para que se inicie a cicatrização do povo paraguaio", disse Franco, em discurso anteontem.
O vice paraguaio disse esperar "que essa mensagem chegue ao presidente Lula" para que a devolução seja feita "antes cedo do que tarde". Para ele, é "incrível" que o Brasil ainda mantenha troféus da guerra.
Franco participou na condição de presidente em exercício de ato na cidade de Cerro Corá, onde o ditador paraguaio Francisco Solano López foi morto por tropas brasileiras, dando fim à guerra. O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, estava no Uruguai anteontem.
Em exibição no Museu Histórico Nacional, o "Cristão" recebeu esse nome porque foi construído a partir de sinos de igreja. A arma foi apreendida em fevereiro de 1868, quando o Brasil tomou a fortaleza de Humaitá, no rio Paraguai.
Já um arquivo militar paraguaio provavelmente não existe, afirma o historiador Francisco Doratioto, autor do livro "Maldita Guerra" (ed. Cia. das Letras), um dos estudos mais importantes sobre o período. Ele acredita que, no máximo, existam documentos ainda desconhecidos, mas não de uma forma organizada.


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