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Imigração ameaça "pacto social" francês, diz Sarkozy
Candidato a presidente prega contenção ao fluxo de imigrantes e o liga à "explosão social"
Em novo livro, conservador defende criação da pasta da "imigração e identidade nacional" e questiona a política monetária da UE
Philippe Wojazer/Reuters
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Sarkozy em campanha ontem em uma fazenda em Vionay (oeste), após dizer que imigrantes põem em risco identidade francesa |
DA REDAÇÃO
No lançamento de "Ensemble" [Juntos], seu novo livro, o
candidato conservador à Presidência da França, Nicolas Sarkozy, reafirmou ontem suas diretrizes de campanha e voltou a
defender "a identidade nacional" e um maior controle do
fluxo migratório como forma
de garantir a manutenção "do
pacto social" francês.
No texto de 158 páginas, definido pelo próprio Sarkozy como uma "carta aos franceses"
que vem "do fundo do coração",
o ex-ministro do Interior diz
mostrar sua concepção de Estado e poder, seus valores e sua
ambição para a França.
"Ensemble" menciona a iniciativa mais controversa do
candidato, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as
eleições do dia 22: a criação de
um ministério "da imigração e
da identidade nacional".
Na entrevista de lançamento
ontem, Sarkozy relacionou o
"descontrole imigratório nos
últimos 30, 40 anos" com a "explosão social" nos subúrbios:
"Há uma França exasperada. E
por que está? Porque a identidade nacional foi posta em risco por uma imigração descontrolada, pela fraude ou pelos
desperdícios de fundos".
"O controle da imigração é
uma obrigação para salvaguardar nosso pacto social. Do contrário, explodirá", discursou.
A defesa de uma pasta para
"imigração e identidade" -aliada à idéia, também de Sarkozy,
de que deve haver uma seleção
para os imigrantes e um compromisso de que respeitarão as
leis francesas e aprenderão o
idioma- tem recebido críticas
e ressalvas até de aliados.
Ontem foi a vez do primeiro-ministro Dominique de Villepin, do mesmo partido de Sarkozy, afirmar que "não está
completamente de acordo"
com o projeto para o novo ministério. Sem aprofundar os argumentos, Villepin disse preferir a criação, se necessário, de
uma "agência de imigração".
Na coletiva, Sarkozy culpou a
esquerda "pela crise moral"
francesa e atacou Ségolène Royal, a candidata socialista em
segundo lugar na disputa e, hoje, sua provável adversária no
segundo turno, em 6 de maio.
Apesar dos ataques, o livro
lançado ontem tenta rebater a
imagem de político "duro e ambicioso" do conservador. Em
"Ensemble", ele escreve frases
como "a política serve para unir
os franceses, e não separá-los".
Na apresentação, Sarkozy
também questionou a política
monetária da União Européia,
que teria ênfase limitada ao
combate da inflação -defendeu que o euro seja enfraquecido para dar mais competitividade à indústria francesa.
O candidato prometeu "emprego pleno" (fazer a taxa de
desemprego cair dos atuais
8,4% para 5% em cinco anos) e
equilibrar as contas do Estado
francês até 2010 -para tanto,
propõe uma reforma da administração em que uma das medidas será reduzir para 15 o número de ministérios.
Segundo Sarkozy, seu governo será baseado em três princípios: transparência, cultura de
resultado e concertação política.
Com agências internacionais
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