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ITÁLIA
Alta carga faz de sonegação "lei natural", diz Berlusconi
DA REDAÇÃO
Silvio Berlusconi, líder do
bloco conservador italiano e
favorito a se tornar novamente primeiro-ministro,
qualificou ontem a sonegação de impostos como "uma
lei natural".
Ele discursava a um grupo
de empresários da construção civil. Afirmou que seria
justo se o Estado cobrasse
uma alíquota de um terço sobre a renda de determinada
empresa. "Mas se o Estado
exige 50% ou 60%, as pessoas acreditam que é algo indevido e sentem-se justificadas a praticar a sonegação."
Um dos porta-vozes da esquerda, Giovanni Russo Spena, disse que "um candidato
a primeiro-ministro que defende a sonegação de impostos está fora deste mundo".
Não é a primeira vez que
Berlusconi se mostra compreensivo com os sonegadores. Em 2004, quando era
premiê, afirmou em entrevista que diminuiria os impostos porque, "caso tenhamos uma alíquota de 50%,
qualquer cidadão se sentirá
autorizado a sonegar".
O ministro do Interior,
Giuliano Amato, afirmou ontem não estar descartada a
hipótese de adiamento das
eleições marcadas para os
dias 13 e 14. Isso porque o
Partido Cristão Democrata
entrou com recurso judicial
por ter nas cédulas um logotipo bastante parecido ao de
sigla concorrente.
A antiga Democracia Cristã, que dominou a política
italiana até o início dos anos
90, foi extinta depois de escândalos de corrupção. Em
seu lugar foi formada a União
dos Cristãos Democratas.
Mas um pequeno grupo de
políticos manteve um partido Cristão Democrata.
Berlusconi pediu que o
partido abra mão do recurso
para permitir o cumprimento do calendário. Seu principal oponente, Walter Veltroni, se disse "absolutamente
contrário" ao adiamento.
Com agências internacionais
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