São Paulo, sábado, 03 de abril de 2010

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Mulher-bomba que atacou metrô russo tinha 17 anos

Nascida no Daguestão, jovem era "viúva" de rebelde morto pelas tropas federais

Rebelde da Tchetchênia reivindicou autoria do pior ataque terrorista ocorrido em Moscou em seis anos; mortos já chegaram a 40

DA REDAÇÃO

Uma russa de apenas 17 anos foi identificada ontem pelo Comitê Nacional Antiterrorismo como uma das duas mulheres-bomba que atacaram as estações de metrô de Moscou Lubianka e Parque Kulturi na segunda-feira, naquele que foi o pior ato terrorista ocorrido na capital do país em seis anos. Nas fotografias obtidas pela investigação, Dzhennet Abdurakhmanova, que também usava o nome Abdullayeva, aparece com cabelos e pescoço cobertos por um lenço preto tradicional, exibindo armas e granadas abraçada a Umalat Magomedov, 30, líder de um grupo rebelde islâmico do Daguestão, república do norte do Cáucaso onde a garota nasceu.
Segundo informações do jornal "Kommersant", o rapaz estava noivo da adolescente e foi morto em operação militar de 31 de dezembro último, o que fez dela uma "viúva negra", como são conhecidas mulheres ligadas a insurgentes mortos. O diário diz também que a segunda suicida era uma tchetchena de 20 anos, viúva de um insurgente morto em 2009 em ação para desmantelar um plano de matar o presidente tchetcheno.
O norte do Cáucaso russo é palco de insurgências violentas desde 1991. Em 1999, quando separatistas tchetchenos ganharam força com base em valores nacionalistas, houve uma forte ofensiva liderada por Vladimir Putin, o atual premiê. O Kremlin chegou a dizer que o separatismo havia sido derrotado apenas para, agora, vê-lo reorganizado sob a identidade islâmica. Os insurgentes reivindicam hoje um Estado submetido à sharia (lei islâmica). O Kremlin afirma que os grupos têm apoio, inclusive financeiro, da rede terrorista Al Qaeda.
Há dois dias, o líder rebelde tchetcheno Doku Umarov, que se diz "emir do Cáucaso" e lutou contra o Exército russo na Tchetchênia, confessou em vídeo publicado na internet a autoria dos atentados ao metrô de Moscou, que deixaram 40 mortos. No mesmo dia, outro ataque de dois homens-bomba matou dez no Daguestão.
Com agências internacionais



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