São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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ONG vê crimes, não massacre, em Jenin

DA REDAÇÃO

Israel pode ter cometido crimes de guerra em Jenin, mas não há evidências para sustentar denúncias palestinas de que houve um massacre de centenas de pessoas no campo de refugiados da cidade, afirmou o grupo internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).
Três de seus investigadores passaram uma semana recolhendo testemunhos em Jenin. Documentaram a morte de 52 palestinos, dos quais 22 seriam civis.
"Os abusos documentados em Jenin são extremamente sérios e, em alguns casos, parecem ser crimes de guerra. Mas a HRW não encontrou evidências para sustentar afirmações de que os militares israelenses massacraram centenas de palestinos no campo", disse o grupo.
Os palestinos acusam Israel de ter massacrado cerca de 500 pessoas. Já os israelenses sustentam que seus soldados travaram uma dura batalha, matando cerca de 50 palestinos, quase todos armados. Israel perdeu 23 soldados no campo, que chamava de "fábrica de terroristas suicidas", local dos mais duros combates da ofensiva de Israel na Cisjordânia.
Entre os crimes de guerra, a ONG, com sede nos EUA, citou o caso de um homem que foi baleado e atropelado por tanques quando se locomovia de cadeira de rodas numa via importante carregando uma bandeira branca. Em outro caso, um paralítico foi soterrado dentro de sua casa. Israel rejeita as acusações.

ONU
O Conselho de Segurança da ONU se dividiu ontem em relação ao que fazer após a decisão do secretário-geral da entidade, Kofi Annan, de desmantelar a missão que investigaria o aconteceu no campo de Jenin, após reiteradas exigências de Israel para permitir a entrada da equipe.
Os países árabes querem que seja adotada uma resolução dentro do capítulo 7 da Legislação da ONU, que obrigaria Israel a aceitar a missão. Porém os EUA afirmaram que vetariam qualquer iniciativa nesse sentido.


Com agências internacionais


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