São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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PANORÂMICA

SOMÁLIA

Filho mata assassino do pai em praça pública por força da lei islâmica

Um menino de 16 anos matou o assassino de seu pai a facadas na Somália, por determinação judicial de um tribunal islâmico, que evocou a sharia (lei muçulmana). Omar Hussein, 45, foi condenado pela morte do professor Sheik Osman Moallim dois meses atrás, na capital, Mogadício, após uma discussão. A corte islâmica determinou que o filho executasse o assassino, o que foi feito ontem sob o olhar de centenas de pessoas numa praça da capital.
"Estou feliz agora, porque matei o homem que assassinou meu pai", disse Mohamed Moallim, após desferir várias facadas no peito e no pescoço do executado. Hussein, que foi amarrado e acompanhado até o local da execução por uma milícia islâmica, gritou "não há Deus, a não ser Alá", antes de ser morto.
As cortes islâmicas de Mogadício restabeleceram a ordem na insegura capital após adotarem a sharia, segundo a qual se alguém mata, deve ser morto.
A Somália mergulhou no caos em 1991, quando senhores da guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre. Um governo interino formado na vizinha Quênia, em 2004, foi enfraquecido por disputas de poder internas e tem pouco controle sobre a população de 10 milhões. A maioria da população do país é muçulmana.
A execução de ontem foi a primeira em praça pública realizada no país nos últimos anos.


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