São Paulo, sábado, 03 de maio de 2008

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PAQUISTÃO

Volta de 60 juízes a corte ameaça poder de Musharraf

DA REDAÇÃO

Juízes da Suprema Corte do Paquistão depostos pelo ditador Pervez Musharraf -que, em novembro, destituiu cerca de 60 magistrados por ver neles uma ameaça à sua reeleição- voltarão a seus cargos no dia 12.
"Quero informar toda a nação que, na segunda-feira, 12 de maio, todos os juízes depostos serão restaurados", disse Nawaz Sharif, chefe da Liga Muçulmana do Paquistão-N, o segundo maior partido da coalizão que venceu as eleições parlamentares de fevereiro com uma plataforma anti-Musharraf. "A Assembléia Nacional irá aprovar a resolução, e o governo vai emitir a notificação."
Farahnaz Ispahani, porta-voz do maior partido, o PPP (Partido do Povo Paquistanês), confirmou a decisão. Segundo ela, é "legalmente possível" que a Assembléia aprove a resolução e o premiê ordene a volta dos juízes no mesmo dia -legalidade contestada pelo aliados de Musharraf.
A ação é um revés para Musharraf -um dos maiores aliados dos EUA na região-, pois os juízes podem rever a validade do seu segundo mandato, obtido indiretamente em outubro, antes da renovação do Parlamento. Há quem diga que a humilhação de ver os magistrados poderia levar Musharraf a renunciar.
Ele precisaria ser "absolutamente sem vergonha" para continuar como presidente, disse Khawaja Asif, conselheiro de Sharif que também acredita num impeachment.

Coalizão em risco
O acordo anunciado ontem, porém, quase colocou fim à coalizão. O PPP, liderado por Asif Ali Zardari, viúvo da ex-premiê Benazir Bhutto, queria unir a volta dos juízes a reformas mais amplas no Judiciário, que diminuiriam o poder de Iftikhar Chaudhry, presidente da Suprema Corte destituído por Musharraf e que deve voltar ao cargo.
Sharif defendeu que cada ação fosse tomada separadamente. "Devemos manter a coalizão a todo custo."


Com agências internacionais

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