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PAQUISTÃO
Volta de 60 juízes a corte ameaça poder de Musharraf
DA REDAÇÃO
Juízes da Suprema Corte
do Paquistão depostos pelo
ditador Pervez Musharraf
-que, em novembro, destituiu cerca de 60 magistrados
por ver neles uma ameaça à
sua reeleição- voltarão a
seus cargos no dia 12.
"Quero informar toda a
nação que, na segunda-feira,
12 de maio, todos os juízes
depostos serão restaurados",
disse Nawaz Sharif, chefe da
Liga Muçulmana do Paquistão-N, o segundo maior partido da coalizão que venceu
as eleições parlamentares de
fevereiro com uma plataforma anti-Musharraf. "A Assembléia Nacional irá aprovar a resolução, e o governo
vai emitir a notificação."
Farahnaz Ispahani, porta-voz do maior partido, o PPP
(Partido do Povo Paquistanês), confirmou a decisão.
Segundo ela, é "legalmente
possível" que a Assembléia
aprove a resolução e o premiê ordene a volta dos juízes
no mesmo dia -legalidade
contestada pelo aliados de
Musharraf.
A ação é um revés para
Musharraf -um dos maiores
aliados dos EUA na região-,
pois os juízes podem rever a
validade do seu segundo
mandato, obtido indiretamente em outubro, antes da
renovação do Parlamento.
Há quem diga que a humilhação de ver os magistrados
poderia levar Musharraf a
renunciar.
Ele precisaria ser "absolutamente sem vergonha" para
continuar como presidente,
disse Khawaja Asif, conselheiro de Sharif que também
acredita num impeachment.
Coalizão em risco
O acordo anunciado ontem, porém, quase colocou
fim à coalizão. O PPP, liderado por Asif Ali Zardari, viúvo
da ex-premiê Benazir Bhutto, queria unir a volta dos juízes a reformas mais amplas
no Judiciário, que diminuiriam o poder de Iftikhar
Chaudhry, presidente da Suprema Corte destituído por
Musharraf e que deve voltar
ao cargo.
Sharif defendeu que cada
ação fosse tomada separadamente. "Devemos manter a
coalizão a todo custo."
Com agências internacionais
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