São Paulo, terça-feira, 03 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ANÁLISE

Al Qaeda pode atacar apenas para "lembrar" que está viva

IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA
SUCURSAL DE BRASÍLIA


Obama matou Osama, e o mundo pode respirar aliviado. Certo? Não necessariamente e, talvez, ao contrário.
Se é indiscutível uma vitória simbólica ter o terrorista mais procurado do mundo morto antes que os dez anos de seu maior crime fossem completados, por outro lado uma série de dúvidas surge.
O primeiro ponto é a rede terrorista Al Qaeda, fundada por Bin Laden durante a guerra multinacional islâmica contra a invasão soviética do Afeganistão (1979-1989).
Ela ganhou notoriedade com ataques a alvos ocidentais no fim dos anos 90, foi acolhida pelo regime integrista afegão do Taleban (1996-2001) e cometeu o 11/9.
Mas desde que escapou por pouco da morte ou captura nas cavernas de Tora Bora, após a queda do regime taleban afegão em novembro de 2001, Bin Laden era um fugitivo com teoricamente pouca influência operacional sobre seus comandados. Esse papel estava com seu número dois, Ayman al Zawahiri.
E há o DNA da Al Qaeda, uma rede descentralizada em células autônomas. Ela foi severamente castigada ao longo dessa década de guerra e há especialistas que veem o 11/9 como auge e início da decadência do grupo.
Mas o fato de ela ser tão volátil a torna um perigo perene. Com seu símbolo morto em uma ação americana, seus militantes agora têm um poderoso mártir para angariar apoio à sua causa. Não parece improvável algum ataque para "lembrar" o mundo de que ela está viva.


Texto Anterior: Patriota se diz preocupado com represálias
Próximo Texto: Al Qaeda, fragilizada, ainda é modelo
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.