São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009

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Chávez reaparece após 3 dias e atribui falta a posse a "atentado"

Presidente diz que golpistas venezuelanos e CIA tinham plano para matá-lo se fosse a El Salvador

DA REDAÇÃO

O risco de sofrer um atentado fez com que Hugo Chávez desistisse de viajar a El Salvador para a posse de Maurício Funes, disse ontem o o presidente da Venezuela, depois de passar três dias longe da mídia.
"Esteve a ponto de ocorrer um atentado assim que chegássemos a San Salvador. Não estou acusando nem ao governo que saiu e muito menos ao que chegou, que é do amigo Funes", declarou, atribuindo o plano a "golpistas venezuelanos" que o teriam jurado de morte. Segundo ele, as fontes de inteligência que desbarataram o plano são de "seriedade e credibilidade".
Chávez não fazia aparições públicas desde sexta-feira. No fim de semana, cancelou os dois dias finais da "maratona" televisiva de comemoração aos dez anos de seu programa, "Alô Presidente", e, anteontem, era esperado na posse do presidente esquerdista Funes, mas também faltou. Tampouco foi ontem a Honduras, onde estava inscrito como chefe da delegação de seu país na cúpula da OEA (Organização dos Estados Americanos).
As ausências inesperadas do presidente geraram especulações em Caracas e fóruns de debate na internet sobre seu estado de saúde.
A Venezuela se acostumou a aparições midiáticas quase diárias do mandatário, que poucas vezes suspendeu o "Alô Presidente", no ar aos domingos. "Três dias sem notícias do presidente é uma novidade na Venezuela do século 21", escreveu o jornal "Tal Cual", citando o rumor de que Chávez estivesse em Cuba com Fidel Castro.
O jornal "El Universal" atribuíra a reclusão chavista a uma infecção estomacal, causada por um alimento estragado. Outro periódico, o "El Nacional", dissera que o "Alô Presidente" tivera seu final cancelado por falta de audiência, mas que não tinha "informações sobre onde e como está Chávez".
Chávez respondeu às especulações dizendo que "até a oligarquia se assusta quando desapareço. Passam 2 ou 3 dias e entram em pânico".
A resposta oficial para o cancelamento do "Alô Presidente" é de "falhas técnicas".

Inteligência americana
Chávez acusou a inteligência americana de estar por trás da suposta tentativa de assassinato contra ele, mas não o presidente dos EUA, Barack Obama, "que tem boas intenções". "Mas além de Obama há um império, a CIA [agência de inteligência] e todos os seus tentáculos", ressaltou.
Em setembro, Chávez havia denunciado outro suposto plano para matá-lo e para um golpe de Estado na Venezuela, que atribuiu a militares de seu país com aprovação dos EUA.


Com agências internacionais


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