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Direitistas são favoritos em eleição portuguesa
Partido quer coalizão para conseguir maioria
VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A LISBOA
Se as últimas pesquisas
antes da eleição de domingo
estiverem certas, Portugal
volta a ter no poder a partir
de segunda-feira um partido
mais à direita após seis anos
de domínio socialista.
Apesar do nome, o PSD
(Partido Social Democrata) é
considerado de direita em
Portugal, por defender menor participação do Estado
na economia e redução nas
políticas de bem-estar social.
Ele aparece em pesquisas
em média cinco pontos percentuais à frente do rival PS
(Partido Socialista).
Com isso, deve ficar com
cerca de 40% das 230 cadeiras do Parlamento.
Ontem, no penúltimo dia
de campanha nas ruas, o líder do PSD e candidato favorito ao cargo de premiê, Pedro Passos Coelho, já apelava por acordo com o CDS
(Partido do Centro Democrático Social), que aparece em
terceiro na disputa (entre
11% e 13,4%).
Caso consiga, terá condições de formar uma coalizão
com maioria no Parlamento,
o que os socialistas não conseguiram nas duas últimas
legislaturas.
PS e PSD dominam a política portuguesa desde a redemocratização do país, em
1976. Dos 12 governos montados desde então, cada um encabeçou seis.
Um atrai os eleitores de
centro-esquerda. Outro, os
de centro-direita. E a decisão
das eleições fica sempre com
os de centro, que migram de
um lado para outro.
AUSTERIDADE
Qualquer que seja o novo
governo, ele não terá muita
margem de manobra.
Isso porque o país teve de
assinar acordo com o FMI
(Fundo Monetário Internacional) e com o Banco Central Europeu para obter empréstimo de 78 bilhões (R$
177 bilhões) para honrar suas
dívidas.
Segundo o acordo, Portugal se compromete a adotar
medidas de austeridade que
vão exigir privatizações, aumento no imposto sobre o
consumo e novas reduções
nos salários dos funcionários
públicos.
O PSD promete ir além. Fala em passar para a iniciativa
privada parte do sistema de
saúde e educação.
Ontem, nas ruas de Lisboa, a eleição era quase imperceptível, uma vez que os
dois principais partidos fizeram passeatas e comícios na
região do Porto. Hoje, os dois
fazem os comícios finais na
capital.
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