São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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Direitistas são favoritos em eleição portuguesa

Partido quer coalizão para conseguir maioria

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A LISBOA

Se as últimas pesquisas antes da eleição de domingo estiverem certas, Portugal volta a ter no poder a partir de segunda-feira um partido mais à direita após seis anos de domínio socialista.
Apesar do nome, o PSD (Partido Social Democrata) é considerado de direita em Portugal, por defender menor participação do Estado na economia e redução nas políticas de bem-estar social.
Ele aparece em pesquisas em média cinco pontos percentuais à frente do rival PS (Partido Socialista).
Com isso, deve ficar com cerca de 40% das 230 cadeiras do Parlamento.
Ontem, no penúltimo dia de campanha nas ruas, o líder do PSD e candidato favorito ao cargo de premiê, Pedro Passos Coelho, já apelava por acordo com o CDS (Partido do Centro Democrático Social), que aparece em terceiro na disputa (entre 11% e 13,4%).
Caso consiga, terá condições de formar uma coalizão com maioria no Parlamento, o que os socialistas não conseguiram nas duas últimas legislaturas.
PS e PSD dominam a política portuguesa desde a redemocratização do país, em 1976. Dos 12 governos montados desde então, cada um encabeçou seis.
Um atrai os eleitores de centro-esquerda. Outro, os de centro-direita. E a decisão das eleições fica sempre com os de centro, que migram de um lado para outro.

AUSTERIDADE
Qualquer que seja o novo governo, ele não terá muita margem de manobra.
Isso porque o país teve de assinar acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional) e com o Banco Central Europeu para obter empréstimo de 78 bilhões (R$ 177 bilhões) para honrar suas dívidas.
Segundo o acordo, Portugal se compromete a adotar medidas de austeridade que vão exigir privatizações, aumento no imposto sobre o consumo e novas reduções nos salários dos funcionários públicos.
O PSD promete ir além. Fala em passar para a iniciativa privada parte do sistema de saúde e educação.
Ontem, nas ruas de Lisboa, a eleição era quase imperceptível, uma vez que os dois principais partidos fizeram passeatas e comícios na região do Porto. Hoje, os dois fazem os comícios finais na capital.


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