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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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Bush desafia resistência iraquiana e nega ampliação de contingente

DA REDAÇÃO

O presidente americano, George W. Bush, respondeu aos que pressionam seu governo para enviar mais soldados ao Iraque dizendo que as forças americanas no país são suficientes para conter a atual onda de ataques. Ontem, o saldo de americanos mortos em ataques desde que Bush declarou o fim dos principais confrontos, em 1º de maio, subiu para 23.
Bush, que vê o apoio à sua iniciativa de invadir o país cair na medida que as baixas aumentam, desafiou os autores dos ataques a enfrentarem os americanos, minimizando a resistência.
"Há gente que acha que pode nos atacar. Minha resposta é: venham para a briga. Nós temos a força necessária para lidar com a situação", disse Bush a jornalistas na Casa Branca. "Há gente que gostaria de nos ver fugir e criar as condições para que fiquemos nervosos e fujamos. Mas nós não ficaremos nervosos."
A coalizão anglo-americana, que levou apenas três semanas da invasão do Iraque à tomada de Bagdá, vê sua situação no país se complicar. Os ataques às tropas já somam dois ou três por dia.
Analogamente, a porcentagem de americanos que acreditam que valeu a pena invadir o Iraque caiu de 73% em abril para 56% no fim de junho, segundo pesquisa do Gallup divulgada anteontem.
Embora Bush defenda a manutenção do número de soldados -hoje são 146 mil americanos e 12 mil britânicos-, o Pentágono considera a hipótese de aumentar o contingente ou modificar o perfil das tropas. Os EUA negociam com 24 países o envio de até 30 mil soldados. A Polônia, que com o Reino Unido coordenará uma força multinacional com 9.200 homens, ontem enviou seus primeiros 250 soldados.

Fallujah
Por causa da maior concentração de sunitas -corrente do islamismo à qual pertencia o ex-ditador Saddam Hussein, que reprimia a maioria xiita-, as regiões oeste e noroeste do Iraque abrigam os principais focos de tensão, que os EUA acreditam ser estimulada por partidários de Saddam.
Fallujah (oeste), onde durante a guerra 17 civis foram mortos por soldados americanos, se consolidou como um dos pontos mais tensos do país. A explosão de uma mesquita na cidade, que matou nove iraquianos anteontem, acirrou o sentimento antiamericano.
Os moradores culpam os EUA pelo incidente, alegando que houve um ataque aéreo, e prometeram dar início a uma "guerra santa" contra os invasores. Os EUA negaram a responsabilidade e, ontem, afirmaram que a explosão ocorreu durante uma "aula" sobre a confecção de bombas ministrada por iraquianos.
Temendo o aumento dos ataques na cidade, os soldados se empenham em melhorar o relacionamento com a população, distribuindo folhetos explicativos negando as acusações sobre a explosão. Ainda assim, na madrugada de ontem, dois ataques com granadas atingiram veículos dos EUA, sem deixar vítimas.
Também ontem, um dos três soldados que foram vítimas de um ataque contra seu veículo na terça-feira em Bagdá não resistiu aos ferimentos e morreu.
Em Karbala (sul), um fuzileiro naval americano morreu e três foram feridos durante uma operação para desativar minas após um dos artefatos explodir.


Com agências internacionais


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