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Bush desafia resistência iraquiana e nega ampliação de contingente
DA REDAÇÃO
O presidente americano, George W. Bush, respondeu aos que
pressionam seu governo para enviar mais soldados ao Iraque dizendo que as forças americanas
no país são suficientes para conter
a atual onda de ataques. Ontem, o
saldo de americanos mortos em
ataques desde que Bush declarou
o fim dos principais confrontos,
em 1º de maio, subiu para 23.
Bush, que vê o apoio à sua iniciativa de invadir o país cair na
medida que as baixas aumentam,
desafiou os autores dos ataques a
enfrentarem os americanos, minimizando a resistência.
"Há gente que acha que pode
nos atacar. Minha resposta é: venham para a briga. Nós temos a
força necessária para lidar com a
situação", disse Bush a jornalistas
na Casa Branca. "Há gente que
gostaria de nos ver fugir e criar as
condições para que fiquemos nervosos e fujamos. Mas nós não ficaremos nervosos."
A coalizão anglo-americana,
que levou apenas três semanas da
invasão do Iraque à tomada de
Bagdá, vê sua situação no país se
complicar. Os ataques às tropas já
somam dois ou três por dia.
Analogamente, a porcentagem
de americanos que acreditam que
valeu a pena invadir o Iraque caiu
de 73% em abril para 56% no fim
de junho, segundo pesquisa do
Gallup divulgada anteontem.
Embora Bush defenda a manutenção do número de soldados
-hoje são 146 mil americanos e
12 mil britânicos-, o Pentágono
considera a hipótese de aumentar
o contingente ou modificar o perfil das tropas. Os EUA negociam
com 24 países o envio de até 30
mil soldados. A Polônia, que com
o Reino Unido coordenará uma
força multinacional com 9.200
homens, ontem enviou seus primeiros 250 soldados.
Fallujah
Por causa da maior concentração de sunitas -corrente do islamismo à qual pertencia o ex-ditador Saddam Hussein, que reprimia a maioria xiita-, as regiões
oeste e noroeste do Iraque abrigam os principais focos de tensão,
que os EUA acreditam ser estimulada por partidários de Saddam.
Fallujah (oeste), onde durante a
guerra 17 civis foram mortos por
soldados americanos, se consolidou como um dos pontos mais
tensos do país. A explosão de uma
mesquita na cidade, que matou
nove iraquianos anteontem, acirrou o sentimento antiamericano.
Os moradores culpam os EUA
pelo incidente, alegando que houve um ataque aéreo, e prometeram dar início a uma "guerra santa" contra os invasores. Os EUA
negaram a responsabilidade e,
ontem, afirmaram que a explosão
ocorreu durante uma "aula" sobre a confecção de bombas ministrada por iraquianos.
Temendo o aumento dos ataques na cidade, os soldados se
empenham em melhorar o relacionamento com a população,
distribuindo folhetos explicativos
negando as acusações sobre a explosão. Ainda assim, na madrugada de ontem, dois ataques com
granadas atingiram veículos dos
EUA, sem deixar vítimas.
Também ontem, um dos três
soldados que foram vítimas de
um ataque contra seu veículo na
terça-feira em Bagdá não resistiu
aos ferimentos e morreu.
Em Karbala (sul), um fuzileiro
naval americano morreu e três foram feridos durante uma operação para desativar minas após um
dos artefatos explodir.
Com agências internacionais
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