São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Ex-candidata ainda sonha ser presidente

DA REDAÇÃO

Emocionada e vestindo traje militar, Ingrid Betancourt agradeceu ontem ao "impecável Exército colombiano" e a todos os que se esforçaram pela libertação dos reféns das Farc.
Sorridente e aparentando boa saúde, a mulher que abraçou a mãe, Yolanda Pulecio, e o marido, Juan Carlos Lecompte, ao desembarcar na base militar de Catam (oeste de Bogotá) era bastante diferente da esquálida figura que mirava o chão, em 2007, na mais recente foto divulgada pela guerrilha.
"Travei muitas batalhas, tentei a fuga diversas vezes, procurei manter a esperança como mantemos a cabeça fora d'água. Mas hoje, mamita, sinto-me vencida", dizia, em carta entregue junto com a foto.
Nascida no Natal de 1961, em Bogotá, numa família de forte tradição política, Ingrid era candidata à Presidência pelo partido Oxigênio quando foi seqüestrada, em fevereiro de 2002. Ontem, ela disse que "ainda aspira servir à Colômbia como presidente".
A libertação de Ingrid, que tem também cidadania francesa, foi uma prioridade da França nos 77 meses de cativeiro. O Parlamento Europeu declarou apoio à causa, e o partido Itália dos Valores (IDV) criou neste ano um comitê para promover a sua candidatura ao Prêmio Nobel da Paz.
Ainda criança, Ingrid mudou-se para Paris, onde seu pai, Gabriel Betancourt, era embaixador na Unesco. Lá, viveu a maior parte da infância e juventude, cursou o renomado Instituto de Estudos Políticos e conheceu seu ex-marido, o diplomata Fabrice Delloye, pai de seus filhos, Mélanie e Lorenzo.

Política
Em 1989, Ingrid voltou à Colômbia. Em 1994, foi eleita deputada pelo Partido Liberal. Deixou a legenda para fundar o partido verde Oxigênio, com plataforma pacifista e anticorrupção, e foi eleita senadora em 1998. O seqüestro interrompeu a campanha à Presidência pela legenda em ascensão.
Na selva, Ingrid acompanhava notícias da família por meio de programas como o "Vozes do Seqüestro", aos quais também agradeceu ontem. Pelo rádio, soube da morte do pai, do mestrado da filha e comoveu-se ao ouvir a voz adulta do filho, que viu pela última vez aos 13 anos.


Com agências internacionais

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