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Morales sobe o tom das críticas a Obama e o compara a Bush
Ataques vêm após fim de programa de preferências tarifárias condicionado a combate a entorpecentes
DA REDAÇÃO
O presidente boliviano, Evo
Morales, endureceu ontem as
críticas a Barack Obama por
causa da decisão americana de
excluir a Bolívia, terceira maior
produtora mundial de cocaína,
de um programa pró-exportação aos Estados Unidos por falhas na luta antidrogas.
Morales disse ontem, em La
Paz, que a única diferença entre
Obama e George W. Bush é que
o ex-presidente americano usava o porrete e o atual utiliza a
diplomacia para conseguir impor suas políticas para a região.
O presidente boliviano já havia dito anteontem que Obama
mentiu para a América Latina
ao prometer que mudaria as relações dos EUA com a região.
A exclusão da Bolívia do
ATPDEA, que condiciona vantagens tarifárias ao combate às
drogas, foi decidida ainda no
governo Bush, como represália
à expulsão, em 2008, do embaixador dos EUA no país, Philip
Goldberg, e de funcionários da
agência antidrogas americana
-todos acusados de conspiração contra o governo Morales.
Na época, o Congresso americano resolveu estender o programa para a Bolívia por seis
meses. Agora, o governo Obama tinha a opção de renovar a
extensão por mais meio ano.
Colômbia, Peru e Equador integram também o programa e
continuam sendo beneficiados.
Segundo os EUA, a Bolívia foi
excluída porque o "alto escalão
do governo" "encoraja" a produção de coca -o governo
apoia o cultivo para uso tradicional- e porque a expulsão
dos funcionários americanos
dificultou a luta contra as drogas. Segundo a ONU, entre
2007 e 2008, a área de plantio
de coca aumentou 6% no país.
Como medidas compensatórias à exclusão, que deve prejudicar apenas 17% das exportações bolivianas aos EUA, La
Paz anunciou que vai aumentar
de US$ 8 milhões para US$ 16
milhões o valor disponível para
financiar a exportação e que
baixará a taxa de juros.
A "punição" imposta pelos
americanos e a escalada retórica de Morales são um revés na
relação entre os dois países,
que ensaiavam uma reaproximação bilateral nos últimos
meses.
Ontem, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, reuniu-se com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, para expressar "profundo
desapontamento" do governo
boliviano em relação à exclusão
da ATPDEA.
De acordo com uma nota divulgada pelo Departamento de
Estado, Hillary ouviu as preocupações do chanceler e viu o
encontro como uma continuidade dos esforços para "redefinir e aprofundar as relações
com a Bolívia".
Com agências internacionais
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