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Polícia do México detém líder de gangue
Jesús Ernesto Chávez, ligado a narcocartel, admitiu ter mandado matar funcionária de consulado americano
Episódio gerou temor de que missão diplomática tenha sido infiltrada por traficantes, o que foi negado pela embaixada
Daniel Aguilar/Reuters
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Policiais escoltam Jesús Ernesto Chávez e outros supostos membros de gangues com elos como narcocartel de Juárez
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A polícia mexicana anunciou ontem a prisão de um
importante líder de gangue
no país, no momento em que
se multiplicam no México os
episódios de violência relacionados ao narcotráfico.
Jesús Ernesto Chávez, 41,
que lidera uma gangue de
matadores ligada ao narcocartel de Juárez, em Ciudad
Juárez (fronteiriça com os
EUA), assumiu ter ordenado
o assassinato de uma funcionária do consulado americano em um ataque ocorrido
em 13 de março.
O motivo do ataque, segundo disse Chávez -apelidado de "O Camelo"- aos
policiais, é que a funcionária
Lesley Enríquez teria providenciado vistos para os Estados Unidos a membros de
uma gangue rival.
O carro de Enríquez -que
estava grávida de quatro meses- foi atacado quando ela
saía de uma festa e se dirigia
à fronteira americana. Seu
marido também morreu no
episódio, e o marido de outra
funcionária do consulado foi
assassinado em emboscada
no mesmo dia.
A insinuação de que a funcionária teria ajudado membros de gangues rivais despertou temores de que o consulado dos EUA esteja infiltrado pelo tráfico, o que fora
negado em declarações prévias da diplomacia americana.
A Embaixada dos EUA dissera que Enríquez não tinha
autoridade para dar vistos, e
investigações não encontraram elos entre ela e narcotraficantes, segundo fontes da
agência Associated Press que
pediram anonimato.
Sob a perspectiva americana, cresce o temor de que a
violência no México respingue do seu lado da fronteira.
À época da morte de Enríquez, o presidente dos EUA,
Barack Obama, se disse "indignado" pelos crimes, e o
Departamento de Estado ordenou o reforço da segurança para seus funcionários no
norte do México.
Segundo autoridades
americanas, o motivo da
morte de Enríquez ainda não
foi esclarecido, apesar da
confissão de Chávez.
Com a prisão do suspeito
-também acusado da morte
de 15 jovens em uma festa,
confundida com um encontro de traficantes, em janeiro-, as autoridades esperam
chegar a membros do cartel
de Juárez, disse a Polícia Federal mexicana.
MORTES
Desde dezembro de 2006,
quando o presidente mexicano, Felipe Calderón, endureceu o combate aos traficantes, calcula-se que entre 23
mil e 26 mil pessoas tenham
morrido em episódios relacionados à violência das drogas no país.
Um dos principais focos de
violência é Ciudad Juárez,
onde as disputas entre os cartéis de Juárez e Sinaloa resultaram em mais de 2.600 assassinatos no ano passado.
Também no norte do país,
na última segunda-feira, o
candidato Rodolfo Torre
Cantú, do oposicionista PRI
(Partido Revolucionário Institucional), foi morto em emboscada com funcionários de
campanha e um deputado.
Torre era candidato a governador pelo Estado de Tamaulipas no pleito que ocorrerá amanhã em 12 dos 31 Estados do México, e foi substituído na corrida eleitoral por
seu irmão, Egidio Torre.
A morte -atribuída por
analistas aos narcotraficantes- elevou a tensão entre
governo e oposição no pleito,
visto como uma prévia da
eleição presidencial de 2012.
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