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IRAQUE SOB TUTELA
Murat Yuce é o nono estrangeiro assassinado na atual onda de seqüestros; grupo assume ataque a igrejas
Seqüestradores matam a tiros refém turco
DA REDAÇÃO
Um cidadão turco foi morto a
tiros por seus captores, segundo
imagens de um vídeo exibido ontem na internet. O homem, que se
identificou como Murat Yuce, é o
nono estrangeiro assassinado na
atual onda de seqüestros no Iraque, que começou em abril e durante a qual mais de 70 estrangeiros foram capturados por insurgentes e criminosos comuns.
Não ficou claro quando o refém
foi morto nem quando ele foi seqüestrado. A data que aparece no
vídeo, 13-4-1425, corresponde no
calendário islâmico a 1º de junho
de 2004. Por outro lado, na gravação, Yuce diz trabalhar para a empresa turca de bufê Bilintur, segundo a qual ele desaparecera havia "três ou quatro dias".
"Você não tem de empunhar
uma arma para ajudar os ocupantes americanos. As empresas turcas devem se retirar do Iraque",
diz o refém no vídeo, lendo um
texto. "Eu pude ver a opressão
americana no Iraque, mas fiquei
aqui para conseguir dinheiro."
Atrás, aparece uma bandeira preta do Tawhid e Jihad, grupo liderado pelo terrorista jordaniano
Abu Musab Zarqawi, que os EUA
acusam de ser ligado à Al Qaeda.
Até ontem só havia notícia de
outros dois turcos sob poder de
seqüestradores no Iraque, Abdurrahman Demir e Sait Unurlu, capturados no sábado. A Embaixada
da Turquia em Bagdá disse não
ter conhecimento do desaparecimento ou da morte de Yuce.
O Departamento de Estado
americano condenou o assassinato, classificando-o de um ato
"odioso e bárbaro". A associação
dos motoristas turcos anunciou
que nenhum de seus filiados vai
trabalhar no Iraque. Cerca de
2.000 caminhões turcos operam
no país, mas apenas 10% deles
servem as forças dos EUA.
Cristãos
O governo iraquiano acusou
Zarqawi de comandar a série de
atentados contra igrejas que atingiu o país anteontem, matando 15
pessoas e ferindo cerca de 60 no
primeiro ataque em 15 meses de
pós-guerra a visar a pequena minoria cristã. Mas um grupo pouco
conhecido, a Organização de Planejamento e Acompanhamento
no Iraque, reivindicou a autoria
dos ataques em um comunicado
divulgado em site islâmico.
No texto, o grupo diz que os ataques foram uma resposta à "cruzada americana" e à "evangelização". "A América não apenas
ocupa e devasta militarmente os
países muçulmanos como deixa
centenas de organizações evangelizadoras e distribui livros sobre o
Holocausto para demover os muçulmanos de sua religião", afirma.
Líderes muçulmanos -inclusive o mais proeminente clérigo xiita do país, o grão-aiatolá Ali al Sistani- condenaram os atentados,
nos quais foram usados carros-bomba contra quatro igrejas em
Bagdá e uma em Mossul.
O papa João Paulo 2º chamou os
ataques de "crimes grotescos" e
"agressão injusta" e pediu proteção para as minorias iraquianas.
Com agências internacionais
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