|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Caracas compra mais US$ 1 bi em bônus argentinos
Financiamento venezuelano ajudará administração Kirchner a pagar dívida
Chávez visita Buenos Aires na segunda; desde 2005, Venezuela comprou US$ 4,2 bilhões em títulos do país, revendidos a bancos
RODRIGO RÖTZSCH
DE BUENOS AIRES
O governo argentino confirmou ontem que deve receber
da Venezuela, até o fim do ano,
um financiamento de US$ 1 bilhão. O dinheiro seria referente
à compra de bônus da dívida argentina pelo governo de Hugo
Chávez, que na próxima segunda-feira visitará a Argentina.
"Chávez sempre colaborou e
comprou bônus argentinos,
que vêm tendo um bom rendimento", disse o chefe-de-gabinete do presidente Néstor
Kirchner, Alberto Fernández.
Fernández não detalhou a
operação. Segundo o jornal
"Clarín", o dinheiro seria usado
para comprar o Bonar X (que
vence em 2017) ou o Boden
2015. Os papéis poderiam ser a
parte argentina de uma nova
emissão do Bônus do Sul -um
título conjunto dos dois países.
A emissão dos papéis aconteceria em três etapas, de acordo
com o jornal: a primeira, de
US$ 500 milhões, anunciada na
visita de Chávez a Buenos Aires; as outras duas, de US$ 250
milhões cada, até o fim do ano.
O ministro das Finanças da
Venezuela, Rodrigo Cabezas,
confirmou ontem que o país fará junto com a Argentina uma
nova emissão dos Bônus do Sul,
mas disse que não há data nem
montante confirmado.
Desde 2005, o governo Chávez já investiu US$ 4,2 bilhões
na compra de títulos argentinos. Hoje, porém, mantém menos da metade desses títulos
-o restante foi vendido a bancos venezuelanos. Agora a Argentina quer que Chávez mantenha os papéis sob seu controle, pelo menos até que passe a
turbulência dos mercados iniciada na semana passada.
A ajuda econômica da Venezuela é mais um capítulo da estreita relação dos governos de
Chávez e Kirchner. O financiamento ajudará a Argentina a
pagar parte dos US$ 2,5 bilhões
de sua dívida, que vence nos
próximos dias. Fernández disse
ontem que os argentinos deveriam ser agradecidos a Chávez:
"Sempre que precisamos dele,
ele nos ajudou".
O motivo oficial da visita de
Chávez à Argentina é a assinatura de acordos energéticos. O
principal deles prevê a construção de uma usina para processamento de gás, que demandará investimentos de US$ 400
milhões, feitos majoritariamente pela Venezuela.
Russos e bielo-russos
A Venezuela também financiará parte da dívida de US$
456 milhões que Belarus tem
com a gigante do gás russa, a
Gazprom. A informação foi dada pelo presidente da ex-república soviética, Alexander Lukashenko.
A Gazprom havia ameaçado
reduzir à metade o fluxo de gás
para Belarus se a dívida não fosse saldada até hoje. Chávez esteve em Belarus em junho.
Texto Anterior: Para família, é errado poupar chefe de polícia Próximo Texto: Deputados convocam jornalistas Índice
|