DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, passou o dia de ontem vistoriando áreas atingidas pelo furacão Katrina e fazendo declarações para tentar amenizar as críticas que tem recebido. Ele classificou de inaceitável o resultado do que seu governo fez até agora em resposta à tragédia que tem o saldo até agora de 146 mortos.
"Onde não está funcionando vamos fazer funcionar", disse a autoridades como os governadores do Alabama, Bob Riley, e do Mississippi, Haley Barbour, ambos republicanos, antes de embarcar num helicóptero para fazer um sobrevôo nos dois Estados. "Vamos restaurar a ordem em Nova Orleans", acrescentou. A avaliação do auxílio às vítimas foi feita ainda em Washington. "Os resultados não são aceitáveis."
No Mississippi, ele percorreu uma rua em Biloxi e tentou confortar uma mulher que perdera a casa. "Não tenho nada", disse ela, ao lado da irmã. "Lamento, vocês superarão isso", respondeu Bush.
"Os diques se romperam na terça em Nova Orleans. Na quarta e na quinta, começamos a retirar as pessoas. (...) Estou satisfeito com a resposta. Não estou satisfeito com todos os resultados", repetiu, sobre o que tem sido feito.
Bush enfrenta resistência até em seu partido. Bill Frist, líder republicano no Senado, quer audiências para avaliar a ação do governo assim que necessidades mais urgentes tenham sido atendidas.
Em Nova Orleans, moradores que seguem na cidade inundada reclamam da demora na ajuda federal. Ontem, quatro dias após a passagem do furacão, chegou o primeiro grande grupo militar.
O Katrina passou pelos EUA num momento em que Bush vê a aprovação de sua gestão cair, diante do descontentamento com a atuação no Iraque. O presidente rejeitou ontem críticas de que tenha se dedicado muito ao Iraque e deixado questões internas em segundo plano. Para ele, os EUA têm condições de lidar com as situações iraquiana e no sudeste americano. "Temos todos os recursos para fazer as duas coisas."
Por causa do Katrina, Bush antecipou a volta de seu rancho no Texas para Washington. Seu pedido ao Congresso de uma ajuda de US$ 10,5 bilhões às áreas atingidas foi aprovada ontem, quando ele já pretendia autorizá-la.