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Nova Orleans aplaude e vaia chegada de tropas
DA REDAÇÃO
Mais de quatro dias depois da
passagem do Katrina por Nova
Orleans, soldados chegaram em
peso à cidade ontem, trazendo comida, água e armas. O comboio
de caminhões foi recebido de forma dúbia, tanto por vaias, pela
demora, quanto por gritos de
"obrigado, Jesus". No mesmo dia,
um armazém explodiu, e um vazamento de petróleo atingiu uma
reserva natural a 120 km dali.
"Senhor, Te agradeço por nos tirar daqui", disse Leschia Radford,
no centro de convenções. Os militares chegaram à cidade, porém,
com ordens de, primeiro, reprimir os saques e suprir as necessidades básicas das pessoas. Houve
quem recebesse o comboio de outro jeito. "Deviam estar aqui há
dias", disse Michael Levy, saudado por gritos de apoio. "Temos
dormido no chão como ratos."
O senador David Vitter, republicano da Louisiana, declarou
ontem que mais de 10 mil pessoas
podem ter morrido no Estado.
Nova Orleans também foi atingida por uma explosão, num armazém químico. Depois, outra
chama surgiu, no centro. Houve
ainda o vazamento de tanques de
petróleo danificados pelo furacão,
perto de Venice, atingindo um
pântano e uma reserva natural.
Os caminhões chegaram com
suprimentos, mas também com
soldados apontando armas. Tanto o centro de convenções quanto
o Superdome viram cenas de violência, com tumultos e tiros de desabrigados que deviam ser evacuados. Ontem foi avisado que, se
alguma confusão surgisse, a entrega de suprimentos pararia.
Um general declarou que a prioridade é distribuir comida e água,
para depois começar a retirar as
pessoas, o que poderá levar dias.
Outro oficial disse que os 7.000
soldados que chegaram ontem à
Louisiana restaurarão a ordem
em Nova Orleans. Segundo ele,
metade estava em missões no exterior e "usa bem armas letais".
Prossegue ainda o trabalho para
tapar os rombos nos diques do lado Pontchartrain que inundaram
a cidade. A previsão do Exército é
que a água só esteja drenada de
Nova Orleans no prazo de 80 dias.
Com agências internacionais
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