São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2005 |
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Ilhada, brasileira pede a Lula que lhe envie resgate
DO ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON
Campos, que tem um filho no Brasil, voltou a Nova Orleans há dois meses, depois de dois anos no Rio de Janeiro tentando montar um projeto cultural. Nos EUA, trabalha com música e poesias. Um grupo de brasileiros que ela conhecia transferiu para a cidade de Natali uma franquia de fast food e fechou contrato com a Fema (Agência Federal de Administração de Emergências) para preparar café da manhã, almoço e jantar para 650 pessoas. "Eles estão ganhando dinheiro. Ninguém aqui quer voltar para o Brasil. Tenho documentação, quero ajudar a reconstruir. Só peço que o presidente ajude a me resgatar", disse Campos, falando compulsivamente e sem dormir há dois dias, segundo contou. Ontem foi o primeiro dia desde a passagem do furacão que as ruas de seu bairro estão tranqüilas. Helicópteros sobrevoam a cidade. "O meu medo é que os vândalos entrem no prédio, não tem ninguém no meu quarteirão, estou sozinha. Os alimentos estão acabando. Não tenho como pedir ajuda ao governo americano. Não consigo chamar a polícia, porque não tem polícia. O governo americano largou nossa cidade sem nada, sem água, sem comida." Estrangeiros Como Nova Orleans é uma cidade turística, os consulados temem que entre as vítimas do Katrina estejam seus cidadãos. Para procurá-los, montaram postos nas entradas do Astrodome, em Houston. O vice-cônsul do Brasil Elson Ayub, enrolado a uma bandeira nacional, anda de um lado para o outro a procura de brasileiros. "Tentei encontrar uma camisa da seleção, mas ninguém tinha. É uma boa forma de chamar atenção", disse Ayub ao encontrar a reportagem às 23h de quinta-feira. A colônia brasileira em Nova Orleans é pequena, tem de 30 a 50 pessoas. Por isso, toda a atenção vai mesmo para turistas, como Monica Vassao e Leticia Campos, que até o início da tarde de ontem estariam no lotado Superdome, em Nova Orleans, a espera de um ônibus para deixar a cidade. Ao que tudo indica, a maioria dos turistas estrangeiros deixou a cidade antes da passagem do furacão Katrina, na manhã de segunda-feira. Apenas quatro ingleses se apresentaram à equipe consular na porta do Astrodome. Além dos britânicos, havia delegações da União Européia, França, Coréia, Austrália, Canadá, Finlândia, Itália e Noruega. "Recebemos três pessoas, que foram agora para Baton Rouge. A situação está calma para nós", disse Graeme Wise, vice-cônsul geral da Inglaterra nos EUA. Sem ter a quem atender, a maioria dos diplomatas acabava auxiliando americanos -buscando cadeiras para os mais velhos, ou orientando doentes. (ID) Texto Anterior: Ônibus com desabrigados tomba e mata 1 Próximo Texto: Casal de namorados brasileiros se abriga sob marquise de cassino Índice |
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