São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2005

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Casal de namorados brasileiros se abriga sob marquise de cassino

EMILIA BERTOLLI
SHIN OLIVA SUZUKI
DA FOLHA ONLINE

Na quinta-feira da semana passada, o brasileiro Erivelto de Oliveira Miranda, 46, embarcou para os Estados Unidos com sua namorada, Alice Capobiango, 41, a fim de realizar o que chamavam de "viagem dos sonhos": conhecer a cidade de Nova Orleans.
Só que a passagem do furacão Katrina deu novo rumo ao conto de fadas. Sem luz, água ou comida, eles tiveram de abandonar o hotel em que se hospedavam e conseguiram se abrigar sob a marquise de um cassino local.
O primeiro contato de Miranda com seus familiares no Brasil ocorreu na última quarta-feira, quando conseguiu ligar para sua filha, Mariana Mascarenhas de Oliveira Miranda, 18, que mora em Belo Horizonte. "Eu estava desesperada. Meu pai não dava sinal de vida. Na primeira vez em que me telefonou, disse que eles iam tentar sair da cidade em um ônibus que os levaria até Houston (Texas)", afirmou Mariana à Folha Online, por telefone.
Segundo ela, o pai e a namorada não conseguiram sair de Nova Orleans até agora porque o ônibus em que estavam foi parado pelo Exército americano, que ordenou a desocupação do veículo.
O casal tentou retornar ao hotel onde estava hospedado anteriormente, mas o dono do estabelecimento disse que não poderia recebê-los devido à escassez de água, comida e energia elétrica.
A solução encontrada pelo casal foi se abrigar debaixo da marquise de um cassino, próximo a um dos acampamentos montados pelo Exército em Nova Orleans.
De acordo com Mariana, o casal tem conseguido se comunicar com suas famílias por meio de um telefone público que fica próximo à marquise onde estão abrigados.

Prejuízo
O empresário brasileiro Luciano Holthausen, 44, que mora nos Estados Unidos há dez anos, perdeu quatro lojas na cidade de Nova Orleans por causa do furacão Katrina e dos saques após a tragédia. Está desolado: "Eu não tinha seguro dos estabelecimentos".
Holthausen, que passa férias em Florianópolis (SC), disse que não consegue estimar a extensão de seu prejuízo. "Perdi tudo. Foi grande [o prejuízo], né?", conta, abatido. Ele diz que vai pedir ajuda ao governo dos EUA para tentar recuperar o que perdeu.


LEIA MAIS sobre o Katrina na
www.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/furacaokatrina/


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