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Casal de namorados brasileiros se abriga sob marquise de cassino
EMILIA BERTOLLI
SHIN OLIVA SUZUKI
DA FOLHA ONLINE
Na quinta-feira da semana passada, o brasileiro Erivelto de Oliveira Miranda, 46, embarcou para
os Estados Unidos com sua namorada, Alice Capobiango, 41, a
fim de realizar o que chamavam
de "viagem dos sonhos": conhecer a cidade de Nova Orleans.
Só que a passagem do furacão
Katrina deu novo rumo ao conto
de fadas. Sem luz, água ou comida, eles tiveram de abandonar o
hotel em que se hospedavam e
conseguiram se abrigar sob a
marquise de um cassino local.
O primeiro contato de Miranda
com seus familiares no Brasil
ocorreu na última quarta-feira,
quando conseguiu ligar para sua
filha, Mariana Mascarenhas de
Oliveira Miranda, 18, que mora
em Belo Horizonte. "Eu estava desesperada. Meu pai não dava sinal
de vida. Na primeira vez em que
me telefonou, disse que eles iam
tentar sair da cidade em um ônibus que os levaria até Houston
(Texas)", afirmou Mariana à Folha Online, por telefone.
Segundo ela, o pai e a namorada
não conseguiram sair de Nova
Orleans até agora porque o ônibus em que estavam foi parado
pelo Exército americano, que ordenou a desocupação do veículo.
O casal tentou retornar ao hotel
onde estava hospedado anteriormente, mas o dono do estabelecimento disse que não poderia recebê-los devido à escassez de
água, comida e energia elétrica.
A solução encontrada pelo casal
foi se abrigar debaixo da marquise de um cassino, próximo a um
dos acampamentos montados pelo Exército em Nova Orleans.
De acordo com Mariana, o casal
tem conseguido se comunicar
com suas famílias por meio de um
telefone público que fica próximo
à marquise onde estão abrigados.
Prejuízo
O empresário brasileiro Luciano Holthausen, 44, que mora nos
Estados Unidos há dez anos, perdeu quatro lojas na cidade de Nova Orleans por causa do furacão
Katrina e dos saques após a tragédia. Está desolado: "Eu não tinha
seguro dos estabelecimentos".
Holthausen, que passa férias em
Florianópolis (SC), disse que não
consegue estimar a extensão de
seu prejuízo. "Perdi tudo. Foi
grande [o prejuízo], né?", conta,
abatido. Ele diz que vai pedir ajuda ao governo dos EUA para tentar recuperar o que perdeu.
LEIA MAIS sobre o Katrina na
www.folha.uol.com.br/folha/especial/2005/furacaokatrina/
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