São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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entrevista

Cartunista diz que faria tudo outra vez

DA REDAÇÃO

Kurt Westergaard, 74, autor das polêmicas charges sobre o islã, diz que retornou ao trabalho e à rotina, mas sob extensa vigilância. Ele falou à Folha por telefone, da Dinamarca. (PAI)

 

FOLHA - Quatro anos após a publicação das charges, a sua vida voltou ao normal?
KURT WESTERGAARD
- Minha casa virou uma fortaleza, constantemente sob vigilância policial, vou escoltado ao trabalho. Mas você se acostuma. São ao mesmo tempo símbolos do medo e da segurança. Tenho que conviver com isso. Houve ameaças, mas não as considero tão perigosas. Quem realmente quiser me fazer algo não vai ameaçar antes.

FOLHA - Se pudesse voltar no tempo, faria as charges?
WESTERGAARD
- Sim. É a vantagem de já ser um homem velho (risos).

FOLHA - O sr. proibiu um político dinamarquês de direita de usar suas charges num documentário crítico ao islã.
WESTERGAARD
- Vez ou outra abusam dos meus desenhos pelo mundo afora. Muito está fora do meu controle. Houve oportunismo, até mesmo de forças no Oriente Médio interessadas em manter esse debate aceso.

FOLHA - Como reagiram os muçulmanos em sua cidade?
WESTERGAARD
- Com alguns, houve discussões que muitas vezes terminavam com eles me mandando ao inferno. Mas já tive surpresas. Um episódio interessante ocorreu há algumas semanas, quando fui abordado por um muçulmano grande e forte. Pensei no pior. Mas tudo o que ele me pediu foi para tirar uma foto comigo. Então posamos lado a lado para tirar a foto.


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