São Paulo, sábado, 03 de outubro de 2009

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Aval a 3º mandato de Uribe sobe, diz pesquisa

Colombiano tem 63% das intenções de voto, mas "re-reeleição" depende ainda de referendo sub judice

DA REDAÇÃO

Embora não tenha anunciado oficialmente pleitear a "re-reeleição" e a legalidade da eventual postulação dependa do aval da Justiça, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, seria hoje reconduzido ao cargo com 63% dos votos, de acordo com pesquisa divulgada ontem.
Eleito em 2002 e reeleito em 2006 -após polêmica alteração constitucional para permitir a reeleição-, o presidente da Colômbia corre contra o tempo para desatar um nó jurídico e viabilizar, a tempo das eleições de maio, o referendo que permitirá sua segunda recondução consecutiva.
O resultado da pesquisa de ontem, realizada pelo Ipsos Napoleón Franco -com margem de erro de três pontos e meio-, consolida tendência de crescimento já verificada em outras sondagens. Em maio, Uribe tinha 57% de intenção de voto.
Na pesquisa de ontem, em um distante segundo lugar aparece o opositor Gustavo Petro, do Polo Democrático Alternativo (PDA), com apenas 8% das intenções de voto. O terceiro colocado é o também oposicionista Rafael Pardo, com 5%. A sondagem foi realizada entre os dias 28 e 29 do mês passado.
Em um cenário sem Uribe, aparecem empatados três candidatos, todos com 11% das intenções de voto: Petro, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos e Andrés Felipe Arias, do governista Partido Conservador. Santos e Arias dizem que só concorrerão à Presidência caso Uribe não esteja na cédula.

Referendo
O aparentemente incontestável favoritismo do presidente reflete o impasse político que vive a Colômbia atualmente, a oito meses da eleição para a Casa de Nariño -sede do governo- e na dependência de uma complexa operação para viabilizar o continuísmo uribista.
No momento, os aliados do presidente, que tem índices de popularidade na casa dos 70%, aguardam a decisão da Corte Constitucional sobre o referendo aprovado no começo de setembro no Congresso, após uma tramitação cercada de denúncias de irregularidade.
A expectativa é que até o começo de dezembro a Corte -cujos membros foram em sua maioria indicados por Uribe- decida pela constitucionalidade da consulta. Uribe deverá então convocar por decreto o referendo para entre janeiro e fevereiro, preveem os uribistas.
A manobra é contestada pela oposição, que alega não haver tempo hábil para que Uribe viabilize a alteração constitucional e apresente a candidatura dentro do prazo previsto em lei.
Segundo a sondagem do Ipsos Napoleón Franco, o "sim" no referendo seria aprovado hoje com dois terços dos votos.
Analistas atribuem o recente aumento na intenção de voto em Uribe aos ataques sofridos pelo novo acordo militar com os EUA, além da já consolidada política de segurança que debilitou as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Com agências internacionais



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