São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2001

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Peres encontra Arafat por "cortesia"

Associated Press
Palestino lança pedra contra soldados do Exército de Israel na cidade de Hebron, na Cisjordânia


DA REDAÇÃO

O líder palestino Iasser Arafat e o chanceler de Israel, Shimon Peres, se encontraram casualmente ontem durante o almoço de uma conferência econômica na Espanha. Na Cisjordânia, um israelense foi morto e outro ficou ferido em ataque de extremistas.
Foi o primeiro contato entre os líderes desde a frustrada trégua de 26 de setembro, mas não havia sinais de que eles fariam uma reunião separada para discutir um cessar-fogo. De acordo com a rádio militar israelense, foi um encontro informal de "cortesia".
No almoço, eles se sentaram à mesa com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, e o premiê espanhol, José María Aznar.
O chefe de gabinete palestino, Nabil Shaath, afirmou que haveria uma reunião para uma trégua. Um assessor de Peres disse, porém, que os dois não tinham marcado nenhum encontro.
O premiê de Israel, Ariel Sharon, vetou uma cúpula entre o chanceler e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), e o próprio Peres afirmou antes da conferência que não pretendia manter negociações. Pressionado por Sharon, o chanceler de Israel tentou ontem minimizar a importância de eventuais encontros com Arafat.
"Fomos convidados para uma conferência econômica, e o objetivo não é apenas encontrar Arafat. Ele participará do evento, eu também", disse Peres.
O fórum, realizado em Formentor (sudeste da Espanha), reúne líderes para a discussão das economias do Oriente Médio.

Violência
Os EUA, que buscam apoio muçulmano aos bombardeios no Afeganistão, voltaram a pressionar por uma solução para o conflito israelo-palestino. Em Washington, um autoridade do Departamento de Estado utilizou palavras duras em referência ao levante palestino e a Israel.
"A Intifada se transformou numa escalada de terror planejado, com ações israelenses recíprocas, que com frequência se revelam provocadoras e incendiárias", disse David Satterfield, assessor do subsecretário de Estado.
No fim do dia, perto de Ramallah, na Cisjordânia, um israelense morreu e outro foi ferido ao serem atingidos por tiros disparados por extremistas palestinos.
Quando passavam de automóvel perto do assentamento Ofra, os dois -havia rumores de que fossem soldados- foram baleados por homens num carro no sentido contrário. O incidente ocorreu a poucas centenas de metros de um bloqueio israelense.
Com as mortes, sobe para ao menos 688 palestinos e 183 israelenses o total de mortos na nova Intifada, o levante iniciado em 28 de setembro de 2000.
A tensão regional aumentou com a ocupação parcial das principais cidades autônomas da Cisjordânia, após o ministro de extrema direita Rehavam Zeevi ter sido morto por terroristas palestinos, em 17 de outubro.
Não houve ontem sinais de retiradas, e tanques e escavadoras avançaram 400 m sobre território autônomo palestino em Gaza.

Líbano
Autoridades de Israel, baseadas em informações "de alta qualidade e grande valor", declararam ontem mortos os três soldados capturados pelo grupo extremista libanês Hizbollah em outubro de 2000 e afirmaram que a guerrilha se recusa a entregar os corpos.
O Hizbollah se negou a fornecer dados sobre os militares.


Com agências internacionais



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