São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004 |
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Terror no Iraque mata 10 no dia da eleição
DA REDAÇÃO Os insurgentes iraquianos não deram trégua no dia da eleição presidencial dos EUA e explodiram carros-bomba, além de sabotarem oleodutos. Seis pessoas morreram na explosão de um carro-bomba em Bagdá, diante do Ministério da Educação iraquiano. Pelo menos 31 carros ficaram destruídos e a fachada do edifício onde funciona o ministério foi danificada. Em Mossul, no norte do Iraque, um carro-bomba foi detonado perto de um comboio militar que levava um general iraquiano. Quatro civis morreram e sete soldados ficaram feridos. De acordo com a polícia iraquiana, o alvo do ataque era o general Rashid Feleih, comandante das forças especiais do Iraque. Ontem insurgentes provocaram a maior sabotagem contra a infra-estrutura petrolífera do Iraque desde o início da ocupação, explodindo três oleodutos no norte do país que são utilizados para escoar petróleo para a Turquia, de onde é exportado a outros países. Os ataques ocorreram em meio a preparação das forças americanas para uma ampla operação militar para retomar, até a eleição de janeiro, o controle de Fallujah, Ramadi e outras cidades iraquianas que estão nas mãos de insurgentes anti-EUA. As ações foram reivindicadas pelo grupo ligado ao terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi. Em comunicado na internet, ele disse que a operação do premiê iraquiano, Iyad Allawi, é "um sonho impossível". Al Zarqawi também colocou no ar as imagens do vídeo de um refém japonês sendo degolado e, depois de morto, enrolado na bandeira americana. A morte de Shosei Koda chocou a população japonesa e aumentou a pressão para que o premiê Junichiro Koizumi retire as forças do país do Iraque. O corpo de Koda foi encontrado enrolado na bandeira americana em Bagdá no fim de semana. Foi confirmado ontem o seqüestro de um americano, um filipino e um nepalês. Eles foram capturados em uma ação contra um complexo de uma companhia saudita baseada a oeste de Bagdá. Diplomatas estrangeiros diziam suspeitar que Al Zarqawi esteja envolvido na operação. Allawi promete ordenar o início da operação militar americana em Fallujah se os moradores não entregarem Al Zarqawi e outros insurgentes que, segundo os iraquianos, estão escondidos nessa cidade no Triângulo Sunita -principal bastião anti-EUA. Diariamente, os americanos bombardeiam Fallujah e outros alvos controlados por insurgentes. Porém a megaoperação será determinada por Allawi. O objetivo do premiê e das autoridades americanas é que todo o Iraque esteja pacificado antes da eleição de janeiro. Boicote Porém a oposição a Allawi está crescendo em todo o país. Mohammed Bashar al Faidhi, porta-voz da Associação dos Acadêmicos Muçulmanos, disse que a sua organização usará "mesquitas, a imprensa e associações profissionais" para lançar uma campanha de desobediência civil em boicote à eleição de janeiro. O boicote deve contar com o apoio da população sunita, mas é improvável que os xiitas -cerca de 60% da população- aceitem participar do movimento. O premiê Allawi é xiita. Com agências internacionais Texto Anterior: Toda mídia - Nelson de Sá: Da boca ao voto Próximo Texto: Refém desmaia em vídeo exibido por militantes Índice |
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