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Árabes torcem por mudança nos EUA
DA REDAÇÃO
A eleição nos Estados Unidos
foi capa de quase todos os jornais
do Oriente Médio. As redes de TV
estavam coberturas ininterruptas
da votação.
A "Al Arabya" pedia aos telespectadores que telefonassem e
dissessem se preferiam o presidente George W. Bush ou o senador democrata John Kerry. O resultado da pesquisa, sem rigor
científico, surpreende em uma região onde Bush é considerado um
vilão: 53% a favor do presidente e
47% preferindo o democrata -a
elevada audiência dessa rede no
Kuait, onde Bush é visto como
aquele que libertou o país da
ameaça de Saddam Hussein, pode
ter contribuído.
Apesar de os governos do
Oriente Médio buscarem reduzir
o impacto do resultado nas suas
relações com os EUA, muitos árabes e muçulmanos se mostram
frustrados e irritados com o que
eles enxergam como equivocada
política americana para a região.
"No mundo árabe, é consenso
que a administração Bush tornou
as coisas piores, especialmente
para os palestinos e os iraquianos", escreveu o diário "Jordan
Times", de Amã, em editorial.
"Árabes e muçulmanos observam com atenção o resultado da
eleição. Quem sabe, se Kerry vencer, haverá alguma esperança para resolver as questões do Iraque e
da Palestina", afirmou o também
jordaniano "Al Rai".
O candidato democrata já disse
que pretende mudar a política em
relação ao Iraque. Mas, quando o
assunto é o conflito israelo-palestino, há poucas diferenças entre as
propostas de Bush e as dele.
Ali Okla Ersan, diretor da União
dos Jornalistas da Síria, afirmou
que a esperança é que "o próximo
presidente dos EUA tenha uma
atitude mais balanceada, especialmente na questão da Palestina".
Já o "Syria Times", diário em inglês de Damasco, afirma que
"Bush e Kerry são a mesma coisa". "Os árabes querem honestidade, independentemente de
quem vença a eleição."
No Irã, que não é árabe, o presidente Mohammad Khatami disse
não ter preferência. "Mas esperamos que o eleito, seja Bush ou
Kerry, atenda aos interesses dos
americanos sem interferir em outros países", acrescentou.
O único jornal abertamente
pró-Bush é o "Al Anba", do Kuait.
Um colunista do jornal escreveu:
"Nós kuaitianos amamos e respeitamos os Bushes porque eles
moveram o mundo para libertar o
Kuait de Saddam Hussein".
Segundo autoridades palestinas, Iasser Arafat, internado em
Paris, não quis dizer se apóia
Kerry ou Bush, que o acusava de
ser ligado ao terrorismo.
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