São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

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CASO JEAN CHARLES

Policial que matou brasileiro se envolve em outra morte

DE LONDRES

Um dos dois policiais que mataram o brasileiro Jean Charles de Menezes em julho de 2005 em Londres, ao confundi-lo com um terrorista, voltou a se envolver em um assassinato durante uma operação na última terça, segundo informou a imprensa britânica ontem.
O policial, membro da unidade armada CO19 da Scotland Yard, dava apoio a uma equipe durante uma operação em que um homem de 42 anos, suspeito de roubo armado a um banco, acabou baleado e morto.
Segundo fontes policiais, o suspeito abriu fogo antes do policial, usando uma pistola -mas nenhum oficial se feriu. Três outros homens foram presos durante o incidente e estão sendo interrogados pela polícia. Uma arma de fogo foi apreendida.
A Polícia Metropolitana confirmou que um dos policiais que matou Jean Charles na estação de metrô de Stockwell participou da operação, mas não disse se foi ele quem fez o disparo fatal.
Em comunicado oficial, a instituição defendeu a ação, dizendo que os policiais "desempenham uma função extremamente difícil, mas vital, respondendo a ameaças armadas ao público e a seus colegas desarmados".
Um inquérito interno foi aberto para apurar as responsabilidades, mas, historicamente, nunca um policial foi condenado na Inglaterra por matar alguém no cumprimento de suas tarefas.
Os dois policiais que mataram o eletricista brasileiro com oito tiros haviam sido afastados do trabalho logo após o incidente, como é obrigatório nesses casos. Mas a Polícia Metropolitana decidiu reintegrá-los às fileiras em agosto último, após a Procuradoria ter decidido que não havia provas suficientes para processá-los.
Na ocasião, a família de Jean Charles reagiu com indignação. No mês passado, os familiares do brasileiro decidiram recorrer à Suprema Corte contra a decisão da Procuradoria de não responsabilizar individualmente os oficiais que atiraram em Jean Charles.
Apenas a Polícia Metropolitana como instituição foi processada pela Promotoria, por descumprimento da lei de saúde e segurança -segundo a qual a polícia deve zelar pelo bem-estar de terceiros envolvidos em suas ações. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)


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