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CASO JEAN CHARLES
Policial que matou brasileiro se envolve em outra morte
DE LONDRES
Um dos dois policiais que
mataram o brasileiro Jean
Charles de Menezes em julho de 2005 em Londres, ao
confundi-lo com um terrorista, voltou a se envolver em
um assassinato durante uma
operação na última terça, segundo informou a imprensa
britânica ontem.
O policial, membro da unidade armada CO19 da Scotland Yard, dava apoio a uma
equipe durante uma operação em que um homem de 42
anos, suspeito de roubo armado a um banco, acabou
baleado e morto.
Segundo fontes policiais, o
suspeito abriu fogo antes do
policial, usando uma pistola
-mas nenhum oficial se feriu. Três outros homens foram presos durante o incidente e estão sendo interrogados pela polícia. Uma arma
de fogo foi apreendida.
A Polícia Metropolitana
confirmou que um dos policiais que matou Jean Charles
na estação de metrô de
Stockwell participou da operação, mas não disse se foi ele
quem fez o disparo fatal.
Em comunicado oficial, a
instituição defendeu a ação,
dizendo que os policiais "desempenham uma função extremamente difícil, mas vital, respondendo a ameaças
armadas ao público e a seus
colegas desarmados".
Um inquérito interno foi
aberto para apurar as responsabilidades, mas, historicamente, nunca um policial
foi condenado na Inglaterra
por matar alguém no cumprimento de suas tarefas.
Os dois policiais que mataram o eletricista brasileiro
com oito tiros haviam sido
afastados do trabalho logo
após o incidente, como é
obrigatório nesses casos.
Mas a Polícia Metropolitana
decidiu reintegrá-los às fileiras em agosto último, após a
Procuradoria ter decidido
que não havia provas suficientes para processá-los.
Na ocasião, a família de
Jean Charles reagiu com indignação. No mês passado,
os familiares do brasileiro
decidiram recorrer à Suprema Corte contra a decisão da
Procuradoria de não responsabilizar individualmente os
oficiais que atiraram em
Jean Charles.
Apenas a Polícia Metropolitana como instituição foi
processada pela Promotoria,
por descumprimento da lei
de saúde e segurança -segundo a qual a polícia deve
zelar pelo bem-estar de terceiros envolvidos em suas
ações.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
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