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Mortes de civis são "sistemáticas" na Colômbia, diz ONU
Afirmação foi feita pela alta comissária de Direitos Humanos do organismo após realizar missão de observação no país
Para Navi Pillay, cabe a Bogotá investigar os crimes e processar os responsáveis; Uribe atende a demanda de indígenas e vai a encontro
DO "FINANCIAL TIMES"
As forças de segurança colombianas estão envolvidas numa matança "sistemática e generalizada" de civis, afirmou a
alta comissária da ONU para
Direitos Humanos, Navi Pillay.
Falando em Bogotá após o
término de uma missão de investigação, Pillay lembrou que
cabe ao governo da Colômbia
investigar as mortes, mas que,
caso se mostre "incapaz ou indisposto" para fazê-lo, organismos internacionais podem
atuar nesse sentido.
Na semana passada, o presidente Álvaro Uribe destituiu 27
oficiais e suboficiais do Exército, entre eles três generais, após
investigação interna tê-los implicado no assassinato de civis
apresentados como guerrilheiros mortos em combate -os
chamados "falso positivos".
O caso veio à tona no fim de
setembro, quando foi noticiado
que os corpos de 19 jovens considerados desaparecidos, provenientes da periferia de Bogotá, haviam sido encontrados
enterrados em valas comuns
como "não identificados" em
outras regiões. Nas últimas semanas, denúncias de ao menos
cem "falsos positivos" apareceram em nove regiões do país.
Um relatório da Anistia Internacional divulgado recentemente apontou 330 execuções
sumárias cometidas pelo poder
público no ano passado, contra
a média de 220 entre os anos
2004 e 2006.
"Estivemos observando e
mantendo um histórico do número de assassinatos sumários
e realmente parece algo sistemático e generalizado", disse
Pillay. Em dezembro, o Conselho de Direitos Humanos da
ONU fará uma análise da situação da Colômbia, parte da verificação periódica do tema nos
países-membros.
Indígenas
Uribe atendeu ontem a uma
demanda de líderes indígenas,
comparecendo a um encontro
na reserva de La María, no departamento (Estado) de Cauca.
A decisão de dialogar pessoalmente com os indígenas
ocorreu após bloqueios de estrada e uma marcha com 20 mil
pessoas terem deixado ao menos três mortos.
Na reunião, Uribe ofereceu a
retirada da polícia da reserva
em troca do compromisso de
que interrompessem os bloqueios de estradas. A pauta de
reivindicações dos indígenas
inclui ainda 200 mil hectares
de terras e condições ao tratado
de livre-comércio com os EUA.
Com agências internacionais
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