LUCIANA COELHO
EM BOSTON

A festa de 2008 deu lugar a convites tímidos para "chorar" ou "se frustrar" no anúncio dos resultados eleitorais na noite de ontem na pequena Cambridge, cidade considerada como a mais liberal de um dos Estados mais liberais dos EUA, Massachusetts.
No período do almoço, supostamente o mais movimentado na sessão eleitoral em um país onde votar não é obrigatório e a eleição ocorre em dia de semana comum, a Folha viu não mais do que 20 eleitores durante uma hora na sessão eleitoral próxima à Universidade Harvard.
Dos eleitores registrados para votar ali, pouco menos de 10% se consideram republicanos -os demais se dividem entre democratas e independentes, com ligeira vantagem para os primeiros. E os democratas, indicaram as pesquisas, são os menos empolgados com a eleição e os que menos iriam às urnas.
Cambridge tem sido desde sempre um bastião democrata, o distrito mais "liberal" de Boston. Nas últimas três eleições municipais, escolheu prefeitos gays. Abriga também parte da elite intelectual do pais, saída de Harvard, do MIT e da Tufts, na vizinha Somerville.
Pelos corredores de Harvard, os humores não eram diferentes. Na faculdade de governo que leva o nome de John F. Kennedy, muita gente votou. Mas normalmente a frase "eu votei" vinha acompanhada de um muxoxo.


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