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VENEZUELA
80% do país parou, segundo organizadores; governo diz que produtores de 81% do PIB trabalharam normalmente
Chávez e oposição cantam vitória em greve
DA REDAÇÃO
Governo e oposição venezuelanos cantaram ontem vitória na
paralisação nacional convocada
para protestar contra o presidente
Hugo Chávez. Não houve registros de incidentes graves.
Para a oposição, a paralisação,
iniciada às 6h, teve adesão de 80%
dos venezuelanos. O governo, por
sua vez, disse que a greve fracassou, porque os setores que respondem por 81% do PIB (Produto Interno Bruto) do país estavam
trabalhando normalmente.
O presidente da Confederação
dos Trabalhadores da Venezuela
(CTV), Carlos Ortega, anunciou
que a paralisão continuará hoje.
Ele acrescentou que, por razões
estratégicas, não irá dizer até
quando será prolongada a greve.
O ministro do Interior e da Justiça. Diosdado Cabello, disse que
a prorrogação "é irracional".
"Mais de 16 milhões de pessoas
estão participando do protesto",
disse o secretário-geral da CTV,
Manuel Cova.
A greve geral de ontem foi a
quarta convocada pela oposição
desde dezembro do ano passado.
Em abril, uma manifestação durante uma greve geral levou a um
fracassado golpe cívico-militar,
que afastou Chávez da Presidência por dois dias.
A oposição pressiona pela realização de um referendo para pedir
a Chávez que renuncie ao cargo e
convoque eleições antecipadas.
No início do mês, a oposição
apresentou um abaixo-assinado
com 1,5 milhão de assinaturas a
favor do referendo.
Na quinta-feira, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) anulou
uma decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que havia
marcado para fevereiro a realização do referendo.
O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, que está em
Caracas para mediar uma negociação entre o governo e a oposição, suspendeu ontem as reuniões da mesa de diálogo até o fim
da paralisação.
"Normalidade"
O movimento nas ruas das principais cidades do país era menor
do que o normal, mas significativamente maior do que nas paralisações anteriores.
O comandante-geral da Guarda
Nacional, Eugenio Gutiérrez,
confirmou a prisão de algumas
pessoas "por perturbação da ordem pública". Dois sindicalistas
foram presos no norte por piquetes, e outras pessoas foram presas
por atirar pregos em estradas para
furar os pneus dos carros.
Para o governo, a situação ontem era de "normalidade". "Os
setores que produzem 81% do
PIB do país estão trabalhando
normalmente", disse a ministra
do Trabalho, María Cristina Iglesias. "Em muitos locais de trabalho, a greve já fracassou, ou melhor, nem começou. A situação é
de normalidade, não há nenhum
tipo de violência", disse.
A PDVSA, a gigante estatal do
petróleo, responsável por mais de
dois terços das exportações do
país, estava funcionando normalmente, segundo sua direção. A
Venezuela é o quinto maior produtor mundial de petróleo.
Com agências internacionais
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