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IRAQUE OCUPADO
Comandante desmente prisão de suposto chefe de ataques; conselho apóia proposta de Washington para transição
EUA caçam vice de Saddam e prendem 27
DA REDAÇÃO
Depois da operação que resultou na morte de 54 iraquianos no
último domingo, os EUA realizaram ontem uma extensa ação em
Hawija, na região de Kirkuk (norte), em busca dos supostos comandantes dos ataques diários
contra suas tropas e seus aliados.
As primeiras informações sobre
a ação -dadas por uma autoridade curda na cidade e depois
desmentidas- davam conta da
prisão ou mesmo da morte de Izzat Ibrahim al Douri, o maior suspeito de organizar ataques contra
americanos e o homem mais procurado pelos EUA no Iraque após
o ex-ditador Saddam Hussein.
"Com certeza, ele não foi capturado na missão de hoje [ontem]",
disse o major Doug Vincent, da
brigada que executou a operação.
Pelo menos 27 supostos insurgentes foram presos na ação.
Os EUA ofereceram uma recompensa de US$ 10 milhões por
informações que levem à captura
do conselheiro do ex-ditador, suspeito de ter elo com a rede terrorista Al Qaeda e o grupo Ansar al
Islam. Al Douri, vice de Saddam
no Conselho do Comando Revolucionário, figura em sexto na lista de iraquianos mais procurados
pelos EUA e é o segundo mais
graduado a continuar foragido.
A ampliação das operações
americanas responde à intensificação das ações da insurgência
nos últimos dois meses, as quais
têm visado não somente alvos
americanos mas também aqueles
que se aliaram a Washington.
Mais um soldado dos EUA (o
189º no pós-guerra) morreu em
um ataque iraquiano. O incidente
ocorreu em Samarra (norte),
mesma cidade que foi palco do
confronto de domingo.
Aliados
O premiê espanhol, José María
Aznar, declarou que manteria
suas tropas no Iraque -Madri
enviou cerca de 1.300 soldados-
apesar da morte de sete agentes
secretos do país no fim de semana. Cerca de 85% dos espanhóis,
segundo pesquisa do Real Instituto Elcano, acreditam que o envio
de engenheiros do país ao Iraque
"não valha a pena".
Já o Japão anunciou um novo
adiamento do envio de uma equipe de engenheiros e médicos. Mas
o premiê Junichiro Koizumi reiterou que não retirará as equipes de
apoio que já estão no Iraque.
Em Bruxelas para uma reunião
da Otan, o secretário da Defesa
americano, Donald Rumsfeld,
afirmou que "quase todos" os
membros da aliança militar ocidental com tropas no Iraque se
comprometeram a mantê-las até
2004. Os EUA têm hoje 130 mil
militares no país e contam com
outros 26 mil de nações aliadas.
Conselho iraquiano
Uma reportagem do jornal "The
Washington Post" afirma que a
maior parte dos integrantes do
Conselho de Governo Iraquiano,
que tem papel consultivo na administração do país e está submetido a Washington, apóia o plano
americano de promover eleições
indiretas para a escolha de um governo interino, que assumiria o
poder em julho do ano que vem.
Só após a promulgação de uma
Constituição -processo que deve levar mais tempo do que os 12
meses inicialmente previstos- é
que haveria eleição direta.
A posição esbarra nas queixas
feitas pelo líder xiita Ali al Sistani,
um dos mais importantes do país,
que defende a promoção de eleições diretas já em 2004.
O conselho é integrado por representantes de todos os grupos
sociais, étnicos e religiosos do
país. Com uma população majoritariamente xiita (60%), o Iraque
tenderia, em um pleito direto, a
escolher um governante xiita. Já
com eleições indiretas, há maior
possibilidade de haver participação de outros grupos no poder.
A administração americana e os
membros do conselho que
apóiam sua proposta sustentam
que seria impossível organizar
eleições diretas no país de 24 milhões de pessoas e ainda sem uma
nova Constituição em poucos
meses.
Em alta
A aprovação do presidente George W. Bush melhorou após a visita-surpresa ao Iraque, revela pesquisa divulgada ontem pelo instituto de pesquisa eleitoral National Annenberg. O governo Bush foi aprovado por 61% dos 847 entrevistados quatro dias após a visita a Bagdá. Essa taxa era de 56% quatro dias antes da viagem, segundo o mesmo instituto.
Com agências internacionais
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