São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2004

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Annan recebe apoio mundial em meio a crise

DA REDAÇÃO

Embaixadores de países de todo o mundo manifestaram ontem apoio ao secretário-geral da ONU, Kofi Annan, depois que o senador dos EUA Norm Coleman pediu sua renúncia por causa do escândalo de corrupção em torno do programa petróleo por comida.
O presidente dos EUA, George W. Bush, por sua vez, exigiu uma investigação "completa e transparente", mas não quis se manifestar sobre o pedido.
"Espero uma explicação dos fatos e uma avaliação honesta sobre o que aconteceu. É importante para a integridade da organização que haja uma completa e transparente investigação", disse o presidente. Segundo Bush, é preciso investigar "para que os americanos que pagam impostos nos EUA se sintam confortáveis em apoiar a ONU".
Houve ontem uma série de manifestações de solidariedade a Annan. Líderes e representantes dos principais países da Europa se manifestaram em favor do secretário. "A Alemanha e a França renovam seu total apoio a Kofi Annan", disse o presidente francês, Jacques Chirac, depois de falar com o chanceler (premiê) Gerhard Schröder.
O embaixador britânico, Emyr Jones Parry, disse que o Reino Unido "dá apoio total ao sistema multilateral, às Nações Unidas e ao seu secretário-geral". A mesma posição foi apresentada pelo o embaixador da Espanha, Juan Antonio Yanez-Barnuevo, que afirmou que todos querem apoiar Annan "no momento em que há ataques injustos". Ele disse esperar que ele continue a ser "uma esperança para todos".
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Yuri Fedotov, foi mais incisivo. Para ele, as críticas "não têm fundamento e são motivadas pelo desejo de reduzir o papel da ONU e de abalar os princípios do multilateralismo nas relações internacionais".
Annan também foi apoiado ontem por embaixadores de Argentina, Argélia, Chile, Colômbia, Coréia do Sul, Egito, Itália, Marrocos, México, Paquistão e Turquia.
Anteontem, o senador republicano Norm Coleman, presidente do Subcomitê Permanente do Senado para Investigações, que investiga o programa petróleo por comida, pediu a renúncia de Annan.
Ele afirmou que o ditador deposto do Iraque, Saddam Hussein, roubou mais de US$ 21,3 bilhões do programa. "Já está na hora de o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, renunciar. Cheguei a essa conclusão porque a maior fraude da história da organização ocorreu sob o seu controle."


Com agências internacionais


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