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ÁFRICA
Kofi Annan pede que Ruanda desista de iniciativa militar e ajude no desarmamento de rebeldes hutus no país vizinho
ONU debate piora da crise Congo-Ruanda
DA REDAÇÃO
O Conselho de Segurança da
ONU abriu ontem uma reunião
emergencial depois que observadores do organismo relataram a
presença de soldados de Ruanda
na República Democrática do
Congo (ex-Zaire).
O governo do Congo acusou
Ruanda de invasão de território e
instou o CS a responsabilizar pessoalmente o presidente ruandês,
Paul Kagame, "pelos ataques contra a soberania do Congo e o processo de paz na região".
Em carta ao conselho, o diplomata congolês Nduku Booto também pediu a imposição de sanções econômicas contra Ruanda.
Na última terça-feira, Ruanda
havia dito a líderes internacionais
que planejava realizar "ataques cirúrgicos" contra rebeldes hutus
radicados no país vizinho.
Ontem, o secretário-geral da
ONU, Kofi Annan, pediu que
Ruanda desista da ação militar e
ajude nos esforços para desarmar
e repatriar os rebeldes.
Segundo Mamadou Bah, porta-voz da missão da ONU na capital
congolesa, Kinshasa, patrulhas
aéreas e terrestres do organismo
fotografaram acampamentos recém-ocupados e soldados com
veículos no leste do Congo.
Antes, observadores do organismo haviam relatado um encontro com cerca de cem soldados supostamente ruandeses na
cidade congolesa de Goma, próxima à fronteira com a Ruanda.
"Temos cada vez mais sinais
que tendem a comprovar a presença de soldados ruandeses no
Congo", disse Bah.
Relatos posteriores apresentados na reunião do CS indicam que
até 8.000 soldados podem já estar
na região. Cautelosos, funcionários da ONU disseram que a presença de tropas de Ruanda no
Congo ainda precisa ser confirmada.
"Se houver necessidade para
uma ação, agiremos. Mas ninguém ainda fez alguma proposta", disse o embaixador argelino
Abdallah Baali, que preside a reunião. Até o fechamento desta edição, uma decisão não havia sido
comunicada.
O assessor do governo ruandês
para o Congo, Richard Sezibera,
negou que soldados de Ruanda
tenham entrado no país vizinho,
mas disse que Ruanda se reserva o
direito de fazê-lo caso as forças do
Congo e da ONU não consigam
desarmar os rebeldes.
"Todos as visões de soldados
ruandeses no Congo relatadas são
falsas", disse Sezibera.
OS EUA enviaram à região o diplomata Donald Yamamoto para
tentar mediar uma solução pacífica para a crise.
Com agências internacionais
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