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ENTENDA O CASO
Genocídio de 1994 ainda mexe com a região
A invasão do Congo por
tropas ruandesas é a extensão de um confronto interno
do país que se alastra na medida em que países vizinhos
recebem e, eventualmente,
dão proteção a rebeldes.
Os rebeldes procurados
por Ruanda, governada pela
etnia tutsi, são os mesmos
que participaram do genocídio de 1994, quando pelo
menos 800 mil tutsis e hutus
moderados foram mortos.
As duas etnias não têm
muitas diferenças entre si,
mas, envenenadas por governos extremistas, lutavam
há décadas. Até que, em
1994, o avião que levava o
presidente Juvenal Habyarimana, um hutu que negociava a paz com rebeldes tutsis,
foi abatido. Os tutsis foram
responsabilizados e passaram a ser alvo de uma campanha feroz que envolvia os
veículos de comunicação e
pregava seu extermínio.
Na época, 85% dos ruandeses eram hutus e 14%, tutsis. Por três meses, grande
parte da população hutu
matou tutsis, que, às vezes,
eram vizinhos ou colegas, a
tiros ou golpes de facão.
Diante da imobilidade da
comunidade internacional,
a matança só terminou,
quando o líder rebelde tutsi
Paul Kagame tomou o poder. Dois milhões de hutus,
incluindo autoridades e milícias, fugiram para o Congo.
A ONU criou um tribunal
para julgar os responsáveis.
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