São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2004

Texto Anterior | Índice

ENTENDA O CASO

Genocídio de 1994 ainda mexe com a região

A invasão do Congo por tropas ruandesas é a extensão de um confronto interno do país que se alastra na medida em que países vizinhos recebem e, eventualmente, dão proteção a rebeldes.
Os rebeldes procurados por Ruanda, governada pela etnia tutsi, são os mesmos que participaram do genocídio de 1994, quando pelo menos 800 mil tutsis e hutus moderados foram mortos.
As duas etnias não têm muitas diferenças entre si, mas, envenenadas por governos extremistas, lutavam há décadas. Até que, em 1994, o avião que levava o presidente Juvenal Habyarimana, um hutu que negociava a paz com rebeldes tutsis, foi abatido. Os tutsis foram responsabilizados e passaram a ser alvo de uma campanha feroz que envolvia os veículos de comunicação e pregava seu extermínio.
Na época, 85% dos ruandeses eram hutus e 14%, tutsis. Por três meses, grande parte da população hutu matou tutsis, que, às vezes, eram vizinhos ou colegas, a tiros ou golpes de facão.
Diante da imobilidade da comunidade internacional, a matança só terminou, quando o líder rebelde tutsi Paul Kagame tomou o poder. Dois milhões de hutus, incluindo autoridades e milícias, fugiram para o Congo. A ONU criou um tribunal para julgar os responsáveis.


Texto Anterior: África: ONU debate piora da crise Congo-Ruanda
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.