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Sociólogo é artífice da Constituição
DA ENVIADA A LA PAZ
Na sala do apartamento
de classe média em La Paz,
livros e mais livros: do dicionário da língua aymará
(etnia do presidente Evo
Morales) a obras do contemporâneo filósofo polonês Zygmunt Bauman.
Mas o vice-presidente
boliviano, sociólogo marxista, autor de vários livros
e matemático Álvaro García Linera, 45, diz que seu
autor favorito é um alemão: Max Weber. Quando
fala, fecha os olhos para
encadear o discurso, lembrando os tempos de professor. Diz lutar para equilibrar a fala de intelectual
com a prática política.
O influente vice de Morales, principal responsável pelo texto da nova
Constituição boliviana, faz
a dupla "poncho e gravata"
com o presidente -que,
para alguns analistas, foi a
mistura responsável pela
vitória eleitoral em 2005.
Divorciado, é ex-guerrilheiro e ficou preso preventivamente por cinco
anos acusado de terrorismo. Ao ser solto, aproximou-se dos líderes que
anos mais tarde gerariam
o MAS (Movimento ao Socialismo), colcha de sindicatos, movimentos sociais
camponeses e indígenas
hoje no poder.
Agora, enquanto alguns
vêem nele o rosto da radicalização, setores indígenas o culpam pelo embranquecimento do entorno de Morales e o enfraquecimento das demandas dos povos originários.
García Linera, porém,
gosta de repetir que quem
toma as decisões do governo, em última instância, é
o presidente.
Questionado se o plano
do governo é levar a Bolívia ao modelo socialista,
diz que esse não é o horizonte para as próximas décadas. "O que estamos desenvolvendo é o modelo
do capitalismo andino-amazônico."
(FM)
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