São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2007

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Sociólogo é artífice da Constituição

DA ENVIADA A LA PAZ

Na sala do apartamento de classe média em La Paz, livros e mais livros: do dicionário da língua aymará (etnia do presidente Evo Morales) a obras do contemporâneo filósofo polonês Zygmunt Bauman.
Mas o vice-presidente boliviano, sociólogo marxista, autor de vários livros e matemático Álvaro García Linera, 45, diz que seu autor favorito é um alemão: Max Weber. Quando fala, fecha os olhos para encadear o discurso, lembrando os tempos de professor. Diz lutar para equilibrar a fala de intelectual com a prática política.
O influente vice de Morales, principal responsável pelo texto da nova Constituição boliviana, faz a dupla "poncho e gravata" com o presidente -que, para alguns analistas, foi a mistura responsável pela vitória eleitoral em 2005.
Divorciado, é ex-guerrilheiro e ficou preso preventivamente por cinco anos acusado de terrorismo. Ao ser solto, aproximou-se dos líderes que anos mais tarde gerariam o MAS (Movimento ao Socialismo), colcha de sindicatos, movimentos sociais camponeses e indígenas hoje no poder.
Agora, enquanto alguns vêem nele o rosto da radicalização, setores indígenas o culpam pelo embranquecimento do entorno de Morales e o enfraquecimento das demandas dos povos originários.
García Linera, porém, gosta de repetir que quem toma as decisões do governo, em última instância, é o presidente.
Questionado se o plano do governo é levar a Bolívia ao modelo socialista, diz que esse não é o horizonte para as próximas décadas. "O que estamos desenvolvendo é o modelo do capitalismo andino-amazônico." (FM)


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