São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

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Pleito para governador é trunfo anti-La Paz

DA ENVIADA A SANTA CRUZ

"Não acredito que o governo vá seguir o modelo venezuelano. Evo Morales sabe que isso prejudicaria a própria Bolívia", diz o produtor de soja brasileiro Cezar Tillmann, parte de uma associação responsável por cerca de 10% do grão produzido em Santa Cruz.
A reportagem encontrou Tillmann pela primeira vez em dezembro de 2007, quando ele estava apoiando ato pela autonomia administrativa cruzenha e contra o governo Evo Morales. Agora, ele diz que o "voto é secreto". A cautela mostra a mudança de ventos políticos em Santa Cruz, reflexo tanto do debilitamento da oposição como das concessões do governo. A nova Constituição não permite propriedades maiores que 5 mil ha, mas, em pacto com a oposição, ficou decidido que a regra não será retroativa.
Enquanto o governo Morales tenta fazer acenos a parte do empresariado e dos produtores, a principal oposição, concentrada nas chamadas "terras baixas", Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija, tenta se recobrar de sua crise para a batalha mais importante: a eleição para governador, em abril de 2010.
É a votação nos nove departamentos bolivianos que definirá se La Paz lidará com um mapa político-regional mais favorável do que no primeiro mandato de Evo Morales, eleito em 2005 ao lado de seis governadores de oposição. A oposição cruzenha ainda não tem candidato único, mas é improvável que o governo vença aqui.


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