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ORIENTE MÉDIO
Para palestinos, retirada é propaganda; tanques ainda cercam Arafat
Israel desocupa cidades palestinas
DA REDAÇÃO
Israel iniciou ontem a retirada
de tropas de cidades ocupadas na
Cisjordânia, ao mesmo tempo em
que o enviado norte-americano
ao Oriente Médio, Anthony Zinni, desembarcava na região para a
retomada das conversações com
autoridades palestinas e israelenses.
Em Jenin e nos arredores de Ramallah, a desocupação teria sido
total, de acordo com autoridades
israelenses. Porém tanques e militares de Israel continuariam estacionados no centro de Ramallah,
perto do local onde o líder palestino Iasser Arafat está confinado
desde dezembro.
Anteontem, o governo israelense disse novamente que Arafat somente poderá deixar a cidade
quando prender os responsáveis
pela morte de um ministro israelense, em outubro.
Segundo o Ministério da Defesa
de Israel, seria iniciada a retirada
de Nablus ainda ontem, e os cercos de Qalqilia, Tulkarem e Hebron deveriam ser levantados.
A decisão israelense de se retirar
de cidades palestinas acontece devido a uma nítida redução da violência na região após discurso de
Arafat em 16 de dezembro, sob
forte pressão internacional, pedindo o fim dos ataques de grupos extremistas palestinos.
Mas o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, afirmou que
ainda não chegou a hora de implementar o plano Mitchell, elaborado pelos EUA, que prevê medidas dos dois lados para restabelecer a confiança mútua para a retomada das negociações de paz.
De acordo com Sharon, Arafat
não está agindo para deter terroristas e são necessários sete dias
de total calmaria antes da retomada do diálogo de paz.
A posição de Sharon não é compartilhada pelo seu ministro das
Relações Exteriores, Shimon Peres, um dos mais moderados do
governo israelense. Para o chanceler, talvez seja o momento de
implementar o plano Mitchell.
Autoridades palestinas classificaram como "uma propaganda" a
retirada das tropas israelenses das
cidades na Cisjordânia. "É uma
desocupação falsa", disse o ministro da Informação da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Iasser
Abed Rabbo.
O ministro da Defesa de Israel,
Benjamin Ben Eliezer, respondeu
afirmando que o abrandamento
nas restrições israelenses deve ser
utilizado por Arafat para combater "a infra-estrutura do terror".
Tropas israelenses ocuparam
militarmente cidades palestinas
após a onda de atentados contra
Israel em novembro e dezembro.
Na ofensiva, instalações da ANP
foram atingidas e Sharon rompeu
relações com Arafat.
Prisões
Mesmo com o abrandamento
nas restrições ao tráfego de palestinos na Cisjordânia e a retirada
das cidades, Israel manteve operações em territórios palestinos.
Em Hebron, quatro homens foram detidos por Israel. Eles estariam organizando um atentado,
de acordo com autoridades militares israelenses. Um quinto homem foi detido na vila Kufr Ruman, na Cisjordânia.
O enviado dos EUA, que havia
deixado a região em meados de
dezembro após o fracasso da sua
missão, retornou desta vez confiando em uma possível retomada
do diálogo entre as duas partes.
Hoje pela manhã Zinni se encontra com Sharon e os ministros
Peres e Ben Eliezer. Mais tarde, o
enviado se reunirá com Arafat em
Ramallah. Zinni pretende reunir
autoridades de segurança dos
dois lados no domingo.
Com agências internacionais
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