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análise
Economia mobiliza mais do que Iraque
ADAM NAGOURNEY
DO "NEW YORK TIMES", EM IOWA
Os pré-candidatos à Presidência estão tendo de enfrentar em Iowa um conjunto de questões muito diferente do que existia quando
iniciaram suas campanhas,
um ano atrás, e a mudança
deve se acentuar ainda mais
quando as votações se deslocarem pelo resto do país.
Mesmo que as pesquisas
ainda demonstrem que os
democratas de Iowa consideram a Guerra do Iraque
como a principal questão que
os EUA têm a enfrentar, o
conflito está se tornando
uma causa menos decisiva
para o eleitor.
Em lugar disso, os candidatos estão respondendo a
mais perguntas sobre a crise
do setor de crédito hipotecário, a alta nos custos da gasolina, os problemas da saúde
pública, a imigração, o ambiente e os impostos. A mudança sugere que a ansiedade econômica pode no mínimo se equiparar à segurança
nacional como fator propulsor na campanha presidencial deste ano.
Os dias em que os debates
e a publicidade de TV estavam repletos de referências
ao Iraque são coisa do passado. A senadora Hillary Clinton produziu um comercial
que criticava o governo Bush
por seu "fracasso em combater a crise na habitação dos
EUA". O republicano Mitt
Romney está começando a
propor uma expansão no sistema público de saúde.
John Edwards, da Carolina do Norte, tem uma resposta pronta quando as pessoas lhe fazem perguntas sobre a imigração em Iowa.
Dias atrás, ele recebeu aplausos em um comício em Ames
quando disse que apoiaria a
criação de um sistema que
permita que os imigrantes
ilegais adquiram a cidadania
americana, mas insistiu em
que nenhum deles deveria
poder se naturalizar "até que
aprenda a falar inglês".
Parte da mudança parece
resultar da redução recente
da violência no Iraque. Hillary, que no passado foi atacada pela esquerda democrata por ter votado em favor da
guerra, em 2002, agora raramente é pressionada a respeito, ainda que os democratas afirmem que a questão
continua a prejudicá-la.
"Estamos vendo muito
mais preocupação quanto à
economia", diz Mark Penn, o
principal estrategista da
campanha de Hillary.
"Há muito mais preocupação com o sistema de saúde.
Agora temos uma mistura de
guerra, economia e saúde."
Alex Castellanos, um dos
estrategistas que comandam
a campanha de Romney, disse que mais ou menos a mesma coisa vem acontecendo
do lado republicano e sugeriu que isso pode ter contribuído para o sucesso de Mike
Huckabee, ex-governador do
Arkansas. "À medida que
cresce a preocupação com a
economia, percebem-se nos
dois partidos traços de populismo, com o objetivo de
atrair os eleitores", afirmou
Castellanos.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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