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Obama e Huckabee vencem disputa em Iowa
Senador democrata e ex-governador republicano chegam na frente em 1ª disputa por indicação à corrida presidencial nos EUA
No final da campanha no Estado, candidatos usaram família como trunfo entre eleitores; resultado inicial pode ajudar candidaturas
DANIEL BERGAMASCO
ENVIADO ESPECIAL A DES MOINES
As assembléias de eleitores
de Iowa deram ontem a primeira indicação do que será a disputa entre republicanos e democratas à eleição presidencial
americana deste ano, com as vitórias, respectivamente, de Mike Huckabee e Barack Obama.
Até 1h20 de hoje (horário de
Brasília), o senador negro Barack Obama liderava entre os
democratas: com 98% das assembléias apuradas, ele tinha
38% da preferência, seguido
por John Edwards, com 30%, e
Hillary Clinton, com 29%.
Em uma votação menos acirrada, Mike Huckabee liderava
com folga entre os republicanos. Com 78% das assembléias
locais apuradas, o ex-governador de Arkansas e ex-pastor,
que congregou votos de conservadores e da direita religiosa,
alcançava 34% da preferência.
Em segundo vinha o ex-governador de Massachusetts, Mitt
Romney, com 25%, seguido por
John McCain, com 14%, e Fred
Thompson, com 13%.
Em intenções de votos medidas nacionalmente, Hillary lidera entre os democratas, com
43,8%, e o ex-prefeito de Nova
York Rudy Giuliani vem em
primeiro entre os republicanos, com 20,8%. Os dados são
do Real Clear Politics, site independente que reúne pesquisas
de intenção de voto no país.
A votação em Iowa, porém,
pode influenciar as disputas internas dos partidos nos demais
Estados. New Hampshire vem
a seguir, com eleições primárias no próximo dia 8. Mas uma
melhor definição de candidatos
de cada partido só será vislumbrada depois da Superterça, em
5 de fevereiro, quando o Partido Democrata terá primárias e
"caucuses" em 24 Estados e o
Republicano, em 20.
Campanha familiar
No final da campanha em Iowa, parentes de candidatos
eram avistados em quase todos
os momentos. No último comício de Hillary Clinton, "Suddenly I See", a música tema do
filme "O Diabo Veste Prada",
tocou em alto volume. O marido, Bill Clinton, a filha, Chelsea,
e a mãe, Dorothy Rodham,
aguardaram-na em um canto
do palco, rodeados por centenas de eleitores que gritavam
"Hillary! Hillary! Hillary!".
Ao fechar o seu último ato no
Estado, Hillary afirmou aos
simpatizantes: "É tão bom ter
tido minha família por perto
nessa campanha! Acho que ajudou as pessoas a se lembrarem
de o que é ter um presidente
democrata".
No conservador Estado de
Iowa, levar a família à campanha foi arma de praticamente
todos os candidatos. Barack
Obama circulou sempre acompanhado da mulher, Michelle.
John Edwards, de sua mulher,
Elizabeth. No comício de Mitt
Romney, o público empunhava
cartazes "Ann para primeira-dama", em referência à mulher
de Romney, que se converteu à
religião mórmon, da Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, após a relação.
A família é peça fundamental
na eleição americana, diz Jerry
Hagstrom, editor contribuinte
da revista "National Journal".
Ele exemplifica: "[O prefeito de
Nova York] Michael Bloomberg, se decidir concorrer como
independente, pode ter rejeição em grande parte do país por
não ser casado com sua namorada, por mais que ele seja forte
em Nova York", diz Hagstrom.
A imagem da família sólida
ajuda a "vender" o programa de
governo do presidenciável. "Os
candidatos aqui têm que mostrar que se preocupam com assistência médica, educação, essas questões. Temas como o 11
de Setembro estão mais distantes", disse à Folha Terry Branstad, ex-governador de Iowa.
Mas não é só com os parentes que os candidatos podem
contar, já que até ilustres desconhecidos largaram tudo em
seus Estados para cair na estrada voluntariamente ao lado dos
assessores de seus candidatos
favoritos.
Confira o resultado final de Iowa na Folha Online
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