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Chefe das Farc convoca ofensiva em 2008
Nota é anterior à suspensão da libertação de três reféns do grupo e aumenta mistério em torno do caso
DA REDAÇÃO
Em nota divulgada ontem
por uma Agência Bolivariana
de Imprensa, o líder das Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Manuel Marulanda, convoca seus comandados a uma "ofensiva geral"
neste ano.
A mensagem é datada de 24
de dezembro, sete dias antes de
as Farc comunicarem a suspensão "por agora" da libertação de
três reféns em seu poder, que
havia sido anunciada em 18 de
dezembro. Nela, Marulanda
afirma que os guerrilheiros "estão obrigados" a promover
ações armadas em toda a Colômbia para "aproveitar a crise
geral do governo [de Álvaro
Uribe] e o cansaço em algumas
unidades militares".
A mensagem -além de insinuar uma posição de força que
poucos acreditam que o grupo
tenha hoje- aumenta os pontos obscuros que cercam o caso
dos três reféns. Quando anunciaram a suspensão da libertação, em 31 de dezembro, as Farc
a atribuíram a operações militares colombianas. Uribe negou as operações.
Mas, também ontem, o Exército colombiano informou ter
matado um "emissário" da cúpula do grupo justamente em
31 de dezembro. A morte teria
ocorrido no departamento de
Arauca, próximo à Venezuela, e
não no de Meta (centro da Colômbia), onde o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a
quem as Farc prometeram entregar os três reféns, sediou a
operação para recebê-los.
Emmanuel
Outro mistério do caso está
em torno do menino Emmanuel, 3, que as Farc haviam prometido libertar. Uribe levantou
a hipótese de a criança não estar com o grupo, mas numa instituição do Estado em Bogotá.
Ontem, o jornal "El Tiempo",
citando fontes da Promotoria,
disse que José Gómez, que alegava ser o pai do menino, afirmou que as Farc o queriam de
volta até 30 de dezembro.
Emmanuel é filho da refém
Clara Rojas com um guerrilheiro. Além dela e do menino, seria
libertada a ex-congressista
Consuelo González. A mãe e o
irmão de Clara Rojas, que estão
em Caracas, concordaram em
fazer um teste de DNA para
comparar com o do menino de
Bogotá. O resultado pode sair
até amanhã, diz a Colômbia.
Os parentes de Rojas e González disseram ontem que continuarão em Caracas e que a
operação de libertação dos reféns continua. Mas os helicópteros que Chávez enviara à Colômbia para buscar os seqüestrados na selva voltaram ontem
de manhã para a Venezuela.
Com agências internacionais
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