São Paulo, sexta-feira, 04 de janeiro de 2008

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Chefe das Farc convoca ofensiva em 2008

Nota é anterior à suspensão da libertação de três reféns do grupo e aumenta mistério em torno do caso

DA REDAÇÃO

Em nota divulgada ontem por uma Agência Bolivariana de Imprensa, o líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Manuel Marulanda, convoca seus comandados a uma "ofensiva geral" neste ano.
A mensagem é datada de 24 de dezembro, sete dias antes de as Farc comunicarem a suspensão "por agora" da libertação de três reféns em seu poder, que havia sido anunciada em 18 de dezembro. Nela, Marulanda afirma que os guerrilheiros "estão obrigados" a promover ações armadas em toda a Colômbia para "aproveitar a crise geral do governo [de Álvaro Uribe] e o cansaço em algumas unidades militares".
A mensagem -além de insinuar uma posição de força que poucos acreditam que o grupo tenha hoje- aumenta os pontos obscuros que cercam o caso dos três reféns. Quando anunciaram a suspensão da libertação, em 31 de dezembro, as Farc a atribuíram a operações militares colombianas. Uribe negou as operações.
Mas, também ontem, o Exército colombiano informou ter matado um "emissário" da cúpula do grupo justamente em 31 de dezembro. A morte teria ocorrido no departamento de Arauca, próximo à Venezuela, e não no de Meta (centro da Colômbia), onde o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a quem as Farc prometeram entregar os três reféns, sediou a operação para recebê-los.

Emmanuel
Outro mistério do caso está em torno do menino Emmanuel, 3, que as Farc haviam prometido libertar. Uribe levantou a hipótese de a criança não estar com o grupo, mas numa instituição do Estado em Bogotá. Ontem, o jornal "El Tiempo", citando fontes da Promotoria, disse que José Gómez, que alegava ser o pai do menino, afirmou que as Farc o queriam de volta até 30 de dezembro.
Emmanuel é filho da refém Clara Rojas com um guerrilheiro. Além dela e do menino, seria libertada a ex-congressista Consuelo González. A mãe e o irmão de Clara Rojas, que estão em Caracas, concordaram em fazer um teste de DNA para comparar com o do menino de Bogotá. O resultado pode sair até amanhã, diz a Colômbia.
Os parentes de Rojas e González disseram ontem que continuarão em Caracas e que a operação de libertação dos reféns continua. Mas os helicópteros que Chávez enviara à Colômbia para buscar os seqüestrados na selva voltaram ontem de manhã para a Venezuela.


Com agências internacionais


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